ATA DA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 16-02-2009.
Aos
dezesseis dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores
Adeli Sell, Airto Ferronato, Beto Moesch, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Maria Celeste, Mauro Pinheiro,
Paulinho Ruben Berta e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias
Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, João Pancinha, Luiz Braz, Marcello
Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir
Canal. À MESA foi encaminhado, pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de
Lei do Legislativo nº 001/09 (Processo nº 0042/09). Ainda, foram apregoados os Ofícios nos 105 e 106/09, do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, os Projetos
de Lei do Executivo nos 005 e 006/09 (Processos nos 0739
e 0740/09). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10018857,
10018863, 10085105, 10087203 e 10094456/09, do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. A seguir, o Senhor Presidente informou que o Vereador
Sebastião Melo se encontra participando de reunião na Empresa de Trens Urbanos
de Porto Alegre Sociedade Anônima, para debate de questões atinentes à
implantação da primeira fase do metrô em Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciaram-se os Vereadores Adeli Sell, em tempo cedido pelo Vereador Carlos
Todeschini, e Alceu Brasinha, em tempo cedido pelo Vereador DJ Cassiá. Após, o
Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Vereador Elói Ferraz
de Andrade, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Ibirubá – RS. Também, o
Senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do aniversário do Vereador
Mauro Zacher, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de
felicitações a Sua Excelência. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os
Vereadores Ervino Besson, João Antonio Dib e Nilo Santos. Na oportunidade, o
Vereador Luiz Braz manifestou-se acerca do pronunciamento efetuado pelo
Vereador Nilo Santos, em Comunicação de Líder. A seguir, constatada a existência
de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foram votados conjuntamente e
aprovados Requerimentos de autoria do Vereador Mauro Zacher, solicitando os
adiamentos, por uma Sessão, das discussões, respectivamente, dos Projetos de
Lei do Legislativo nos 144 e 158/08. Em Discussão Geral, 1ª Sessão,
esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/08, discutido pelos Vereadores
Beto Moesch, Airto Ferronato, Carlos Todeschini, Reginaldo Pujol, Pedro Ruas,
Luiz Braz, Bernardino Vendruscolo e Valter Nagelstein. Na oportunidade, os
Vereadores Mauro Pinheiro e João Carlos Nedel cederam seus tempos de discussão,
respectivamente, aos Vereadores Carlos Todeschini e Beto Moesch. Em Discussão
Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 171/06, o qual, após
ser discutido pelos Vereadores Ervino Besson, Pedro Ruas e Reginaldo Pujol,
teve adiada sua discussão por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria
do Vereador Ervino Besson. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos
de Lei do Legislativo nos 016, 069, 100 e 105/08. Em Discussão Geral
e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 178/08. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 193/08. Em
Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08, o
qual teve sua discussão adiada por quatro Sessões, a Requerimento, aprovado, de
autoria do Vereador João Antonio Dib. Em Discussão Geral e Votação, esteve o
Projeto de Resolução nº 028/08, o qual teve sua discussão adiada por uma
Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Beto Moesch. Em
Votação, esteve o Requerimento nº 103/08, o qual teve sua votação adiada por
uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Maria Celeste. Em
Votação, foi aprovado o Requerimento nº 017/09, por vinte e cinco votos SIM e
dois votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell,
João Antonio Dib, Reginaldo Pujol, Luiz Braz, Fernanda Melchionna, Airto
Ferronato, DJ Cassiá, Engenheiro Comassetto, Elias Vidal, Haroldo de Souza, Dr.
Thiago Duarte e Waldir Canal, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato,
Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr.
Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda
Melchionna, João Pancinha, Juliana Brizola, Marcello Chiodo, Maria Celeste,
Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas,
Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal e Não os
Vereadores Haroldo de Souza e Luiz Braz. A seguir, o Senhor Presidente declarou
encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores João Pancinha,
Juliana Brizola, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro e Mauro Pinheiro. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Pedro Ruas, Luiz Braz, Maria Celeste e
Reginaldo Pujol. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 021/08, os Projetos de Lei do Legislativo
nos 273 e 278/08, 002, 003, 004, 005, 006 e 007/09; em 2ª Sessão, os
Projetos de Lei do Executivo nos 001, 002, 003 e 004/09, os Projetos
de Resolução nos 012, 014, 036 e 050/08. Às dezoito horas e dezoito
minutos, o Senhor Presidente informou que nada mais havia a tratar e declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e Toni Proença e
secretariados pelos Vereadores Nelcir Tessaro e João Carlos Nedel. Do que eu,
Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que,
após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Comunico
que o Presidente, Ver. Sebastião Melo, está representando a Casa no Trensurb,
para a implantação da primeira fase do metrô em Porto Alegre.
Passamos
ao
Convido
o Ver. Toni Proença a assumir a presidência dos trabalhos.
(O
Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Carlos Todeschini.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Toni Proença, na presidência dos trabalhos neste momento; colegas Vereadoras e
Vereadores; Ver. Brasinha, eu estive muito atento ao seu pronunciamento, da
mesma forma como estive atento ao pronunciamento do meu colega Mauro Pinheiro
na semana passada. Eu sou daqueles que, como V. Exª, dizem: “O Carrefour faz
mal, faz muito mal”. Não é uma empresa que vem para ajudar Porto Alegre, mas
para atrapalhar Porto Alegre. Eu disse isso quando, durante o meu Governo, ela
se instalou no IAPI. As compensações dadas foram grandes, é verdade, mas, na
minha opinião, Ver. Mauro Pinheiro, foram totalmente insuficientes em relação
aos empregos dos pequenos empreendedores que o Carrefour tira. Todos sabem de
um estudo feito na Argentina, em que foi demonstrado que esses grandes
empreendimentos, onde chegam, criam um emprego, Ver. Marcello Chiodo, mas tiram
quatro.
Quero fazer, Ver. Airto
Ferronato, uma discussão na CEFOR - Vossa Excelência é um técnico, é um
profissional gabaritado -, questionando o fato de o Carrefour colocar posto de
gasolina sem ter CNPJ separado, quero saber a base legal, porque o posto está
registrado em nome da empresa Carrefour. O que isso significa em termos de
elisão fiscal? Porque, afinal de contas, Ver. Mauro Pinheiro, que é um pequeno
empreendedor, assim como a sua rede AMPA, a Uni Super, a Uni Max e outros
mercadistas têm uma empresa registrada e, provavelmente, como são pequenos,
estão no Simples. E o que faz o Carrefour? Coloca um conjunto de empresas,
porque o posto de gasolina é uma empresa dentro de uma empresa. Como não sou um
técnico gabaritado como é o Airto Ferronato, Presidente da CEFOR, eu queria lhe
fazer um desafio, Vereador: que a gente paute essa questão. Eu acho, Ver.
Brasinha, V. Exª me fez uma consulta, coloco isto para o Ver. Mauro Pinheiro,
meu colega, que seria a hora de nós fazermos uma Frente. Ver. Vendruscolo, que
é um pequeno empreendedor, um ativo empreendedor: não seria interessante
fazermos uma Frente de micros e pequenas empresas nesta Câmara de Vereadores,
já que temos um monte de Frentes Parlamentares? Porque nós queremos garantir o
emprego.
Eu
ia colocar hoje na Mesa, vou colocar na segunda-feira... O Ver. João Dib lembra
da presença do Professor Márcio Pochmann na PUC, no ano passado, quando tivemos
o Congresso das Cidades, realizado pela Prefeitura; hoje o Professor Márcio
está no IPEA. Pois eu acho que nós podemos convidar o Professor Márcio Pochmann
para vir aqui discutir, exatamente, a questão da crise, porque é uma pessoa que
poderá nos trazer luzes.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, se me
perguntarem qual o melhor supermercado em Porto Alegre em atendimento, eu
direi, sem dúvida nenhuma, que é o Zaffari: há servidores para empacotamento,
para orientar os seus compradores, tem tudo. Agora, quanto ao Carrefour, que V.
Exª neste momento condena, eu não vejo muitas razões para ser condenado; a
verdade é que o atendimento não é o mesmo que o do Zaffari, mas ele é o que se
opõe a um outro grande grupo, que é o Wall Mart.
O
SR. ADELI SELL: É tudo
a mesma coisa.
O
Sr. João Antonio Dib: É tudo
a mesma coisa, mas são duas empresas: uma francesa e uma americana. Só que a
rede Wall Mart tem o Big, o Nacional e outros nomes que, de repente, a gente
não se dá conta; seria um monopólio, ele compra supermercados com outros nomes.
O
Sr. Airto Ferronato: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Há a intenção de discutirmos o
tema, e, por iniciativa do Ver. Mauro Pinheiro, há, na verdade, uma discussão e
uma intenção do Vereador de fazer um Requerimento para que, na Comissão de
Economia, Finanças e Orçamento, se discuta a questão. Então, a CEFOR já está
atenta ao assunto e já há uma demanda do Ver. Pinheiro nesse sentido. Desde já,
convido V. Exª e os demais Vereadores a participarem dessa discussão.
O
SR. ADELI SELL: Perfeito,
estaremos presente.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, eu quero lhe dizer
que eu também estou junto nessa luta com o senhor, pode ter certeza absoluta. O
Carrefour, se não bastasse, vende produtos automotivos dentro da loja, sendo
que não há nenhuma separação por parede: há as baterias, que podem causar
problemas em função do ácido, que é altamente perigoso às pessoas; há o
problema dos pneus, que estão junto aos demais produtos; há o problema das
tintas - são vários os problemas. O Carrefour faz de tudo, daqui um pouco
qualquer loja de produtos automotivos vai pegar e botar leite para vender
também: “Se o Carrefour pode, por que nós não podemos então?”
O
SR. ADELI SELL: Perfeito.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, desde já agradeço
a V. Exª o aparte. Veja que todos os Vereadores apartearam em função da
importância do pronunciamento de Vossa Excelência. Eu entrei com uma proposição
no Plano Diretor para podermos discutir amplamente aqui nesta Casa, com os
Vereadores, os grandes empreendimentos. Eles terão que passar por esta Casa;
que possamos dar início a conversas, a reuniões junto com a comunidade. Graças
a Deus, eu acho que Porto Alegre, o nosso Rio Grande do Sul, está sendo muito
bem atendido pela rede de supermercados Zaffari, que é cem por cento uma
empresa gaúcha. Obrigado pelo aparte.
O
SR. ADELI SELL: Obrigado,
Ver. Ervino.
Eu
faço um questionamento sobre os megaempreendimentos: qual é a outra cidade no
mundo, Ver. Pedro Ruas, que deixa colocar um Carrefour no lado direito e um BIG
no lado esquerdo de uma avenida do tamanho da Av. Sertório? Em nenhum lugar do
mundo isso acontece. Eu conheço algumas cidades e outras eu pesquisei, li muito
sobre megaempreendimentos. Por exemplo, olha o que o Carrefour fez em Buenos
Aires. E eu digo, Ver. João Dib, que o Wall Mart é tão ou pior do que o
Carrefour em termos de exploração.
Discuti
o tema com várias pessoas que me mandaram e-mails,
porque eu coloquei no meu boletim eletrônico, eu não me escondo, eu fiz um
artigo e coloquei na porta do meu gabinete. O Carrefour veio aqui me visitar,
através de seus advogados. Quando eu estava na SMIC também, acham que por terem
advogados pagos podem chegar e determinar à Prefeitura o que fazer. Abriram um
hipermercado sem ter um licenciamento adequado. Pessoas que vinham do bairro
Rubem Berta ficaram da uma, das duas da tarde até às seis da tarde sem poder
cruzar para irem ao centro da Cidade. Afinal de contas, esta Cidade tem
Prefeito que manda, Secretario que manda, tem Câmara Municipal que faça
fiscalização, ou não tem? Eu digo que Câmara tem, porque aqui vários Vereadores
já se manifestaram, já questionaram.
Eu vou continuar questionando o Carrefour, o Wall
Mart e tantos outros que vêm aqui não para construir uma cidade, não para dar
emprego, mas para tirar emprego dos pequenos, porque eles fazem promoções via dumping, oferecem uma TV LCD por um
preço abaixo do preço de mercado, mas, se você vai lá comprar arroz, feijão,
batatinha, repolho, pagará mais caro do que no botequinho que eu compro aqui na
Rua Riachuelo, no Centro da Cidade - botequinho, não estou falando em mercado.
O Sr. Mauro Pinheiro: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, meu amigo, eu tenho
certeza de que V. Exª tem razão: o Carrefour faz mal e faz muito mal para a
nossa economia local, para nossa a sociedade. Ele engana, muitos acham que as
ofertas do Carrefour são boas para a comunidade, para a Cidade de Porto Alegre.
Ao contrário, ele prejudica muito e muito o pequeno comércio. Eu sei disso
porque sou comerciante, tenho um pequeno comércio. Sou dono de um minimercado
no bairro Rubem Berta. Converso com vários outros supermercadistas. A Zona
Norte está saturada de grandes hipermercados. Vossa Excelência tem razão, Ver.
Adeli, nós temos que fazer uma Frente Parlamentar para discutir como ajudar
esses pequenos empreendimentos na cidade de Porto Alegre, para que eles
continuem sobrevivendo, porque os grandes empreendimentos, muitas vezes, trazem
um mal muito pior para a Cidade do que o bem que eles fazem.
Eu gostaria de fazer uma pergunta: para onde vai o
lucro do Carrefour? Fica em Porto Alegre para o desenvolvimento da Cidade ou
vai para a França? O lucro dos pequenos empreendedores fica dentro da
comunidade, fica para o desenvolvimento da nossa Cidade. Queria saber para onde
vai o lucro do Carrefour.
O SR. ADELI SELL: Respondendo ao Ver. João Dib: aqui em Porto Alegre nós temos uma rede
muito grande de mercados, portanto não há monopólio; há uma tentativa de
monopólio, mas não passarão. Queria dizer para a Presidenta da Comissão de
Direitos do Consumidor e Direitos Humanos, Comissão à qual pertenço, que
poderíamos, como Comissão, dar um giro pela Cidade, visitar os mercados; os
Vereadores da Comissão com uma planilha na mão. Vamos verificar quanto custa um
quilo de arroz no mercado e vamos comparar, porque normalmente esses
megaempreendimentos fazem um
“pega-ratão”, apresentam três produtos em oferta: um, o chamarisco para as
mulheres; dois, as guloseimas, o chamarisco para as crianças; três, o
chamarisco para os homens, normalmente é a cerveja. Olhe a propaganda, Ver.
Alceu Brasinha, o tripé do engana, é a política do “enganation”. É isso que
acontece, o tripé: um produto para as mulheres, outro para as crianças e outro
para os homens. Ou supostamente dirigidos a esses segmentos. As pessoas vão lá
e compram o doce que está em promoção para as crianças. Está abaixo do preço de
mercado, mas a criança, não contente que comprou barato, vai pegar a bolachinha
do lado, que custa o dobro do que no boteco da esquina.
Eu
desafio principalmente aqueles que vêm aqui defender os megaempreendimentos,
como tem gente aqui que defende banqueiro. Vocês viram o que o Presidente da
FIESP falou? Ver. DJ Cassiá, ah, se eu falasse aqui que lugar de banqueiro é na
cadeia, imaginem o escândalo que seria! Eu vou repetir: quem disse isso foi o
Presidente da FIESP, não foi o Ver. Adeli. Estou apenas repetindo o que ele
falou.
Mas este
é o debate real, este é o debate concreto sobre a economia de uma cidade. Os
pequenos empreendedores têm que receber apoio, têm que receber ajuda do
Governo, têm que ter sustentação em políticas. Quando eu estava na SMIC, nós
fizemos a Extensão Empresarial para os microempreendedores, inclusive do
entorno do Carrefour, porque eles estavam quebrados. E nós demos condições de
muita gente se reabilitar com a ajuda de uma universidade. Nós construímos rede
de cooperação. E a rede AMPA, que o Ver. Mauro Pinheiro dirige, é fruto dessa
política. Porque, senão, Verª Fernanda Melchionna, os microempreendedores
estariam quebrados - aquele comércio em que o pai trabalha, a mãe trabalha, o
filho trabalha, o sobrinho trabalha.
Agora,
experimente alguém querer abrir um mercadinho lá na Lomba do Pinheiro, botar um
posto de gasolina junto e registrar na mesma empresa: João da Silva Cia. Ltda.
Eu duvido que consiga! Mas o Carrefour conseguiu essa proeza. E eu não estou
falando neste Governo, conseguiu antes também. É uma manobra, e, graças à CEFOR
- já vi a vontade do Ver. Airto Ferronato -, nós vamos discutir esse abacaxi,
vamos resolver esse problema. Se eles acham que podem vir para Porto Alegre...
E tem mais, agora vou falar do Secretário Senna: só
ele não sabia, só ele não leu no jornal - provavelmente estava viajando - que
ia abrir o Carrefour, que ia fazer publicidade. Onde estavam os “azuizinhos” no
dia da inauguração? Quando o povo começou a ligar para o 118, entupiu o 118 de
ligações. Eu duvido que a base do Governo, eu duvido que o diligente Líder do
Governo, Valter Nagelstein, consiga chegar aqui e defender hoje o Senna. Vou
dar um conselho ao nosso Prefeito: mande imediatamente o Senna viajar, pois é
disso que ele gosta, porque de cidade, transporte e circulação ele só entende
quando ele tem um PowerPoint na frente, ao dar aula na universidade para a
turma de Engenharia; em PowerPoint ele é ótimo; agora, no trânsito, no
transporte e na circulação da realidade, da vida como ela é, ele não entende
nada. Mas, como ele gosta de viajar, a minha sugestão é: Prefeito, mande o
Senna viajar, é disso que ele gosta.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver.
Adeli Sell.
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. DJ Cassiá.
(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu vou voltar ao tema do Carrefour, Ver. Adeli, porque o Carrefour faz muito
mal à Cidade, faz mal para tudo. Faz mal! Quero que me apontem o que o
Carrefour traz de benefícios para a Cidade. Aliás, eles destroem. Onde tem uma
média empresa, ela dá emprego, mas eles nem colocam empacotador. É esse o
conforto que dão aos seus clientes? Por que eles não se espelham no Zaffari,
que tem qualidade no atendimento, qualidade nos produtos? E vêm querer mostrar
para o Rio Grande que eles sabem mais do que todos aqui.
Eu vou dar um detalhe: ao falar no Carrefour, eu
fico invocado, brabo, porque estou aqui é para defender o pequeno e o médio
empresário e a pequena empresa, porque defender grande não é comigo! Não
defendo grande! Eu defendo aquele pequeno empresário lá da ponta, aquela
farmácia, a oficina, o açougue, o instituto de beleza - esses, sim, eu estou
aqui para defender. O minimercado. Mas eu fico apavorado quando tem gente que
quer defender o Carrefour, quer defender as grandes empresas. Por que será?
Qual é o interesse? Nós aqui temos que defender o médio e o pequeno empresário,
que tanto sofrem, pagando imposto. Isto, sim! O Governo do Estado, do Município
e o Governo Federal tinham que dar isenção de imposto a esse pequeno empresário.
Isso faria bem para a Cidade. E tenho certeza absoluta de que aquela empresa,
por menor que seja, dá mais emprego do que o Carrefour. Dá mais emprego, Ver.
Ervino Besson. O senhor sabe o que o Big, lá na sua zona, causou ao meio
ambiente: desmatou, fez e aconteceu, e não deu os empregos que todo o mundo
esperava.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, assim como eu, V. Exª e o
Ver. Mauro Pinheiro também têm uma ligação muito forte - V. Exª ainda continua
como pequeno empresário - com o pequeno empresário. Pela história do
crescimento de Porto Alegre, nós devemos muito aos nossos pequenos e médios
empresários, que começaram o trabalho juntamente com a sua família e continuam
ainda hoje prestando esse relevante serviço. Mas, a bem da verdade, se há uma
rede que não prejudica o nosso pequeno e médio empresário é a rede Zaffari -
como já disse em aparte ao Ver. Adeli Sell -, que é uma rede cem por cento
nossa, gaúcha, não prejudica o nosso pequeno e médio empresário. Muito
obrigado.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sim, é
verdade, Ver. Ervino Besson.
O Sr. Paulinho Ruben Berta: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Brasinha. Eu gostaria de
dizer que concordo plenamente com as colocações do Ver. Adeli Sell, do nosso
Ver. Mauro Pinheiro e as suas. Mas eu gostaria que nesse assunto também se
olhasse o outro lado, porque os micros e pequenos empresários, onde eu resido,
por exemplo, são mais de seiscentos. Eu gostaria de ver esses microempresários,
esses grandes guerreiros, que estão lá defendendo e dando emprego, terem o
apoio também, que nós trabalhássemos também para apoiar essas iniciativas,
principalmente criando condições de qualificação àqueles adolescentes, às
pessoas que estão entrando nesse mercado de trabalho. E apóio totalmente a sua
colocação.
O SR. ALCEU BRASINHA: Muito
obrigado, Ver. Paulinho Ruben Berta.
Ver.
Adeli Sell, eu estava andando dentro do Carrefour, e lá dentro apareceu uma
bancada de pneus. Do outro lado, uma bancada de tintas; do outro lado, de
baterias. E, logo ali do lado, tem produto para ser consumido, produto
alimentício. E aí? Por que é que eles não exigem uma parte fechada, se eles
querem vender tudo? Não tem! O Carrefour não é dono do mercado! Ver. João
Antonio Dib, quero dizer a V. Exª que nós, Vereadores, temos de fiscalizar o
que está acontecendo nesses grandes empreendimentos como o Carrefour!
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Alceu Brasinha, eu acho que é chegada
a hora de estudar o problema dos grandes centros comerciais, shopping,
supermercados. É chegada a hora de estudar! Mas eu não posso, de sã
consciência, ainda que eu ache que o modelo de supermercado é o Zaffari,
criticar o Carrefour, porque são duas forças poderosas: o Wall Mart, de um
lado, e o Carrefour, do outro. Só que o Carrefour tem o nome lá: Carrefour. Mas
o Wall Mart comprou o Zottis, o Nacional, o Econômico; tem o Big; os
Supermercados Real desapareceram. Tudo é Wall Mart! De repente, se não houver a
disputa entre dois, um toma conta de tudo: de todos os pequenos e de todos os
médios. Portanto, eu acho que, até certo ponto, é bom que existam os dois.
Agora, nós precisamos estudar a disposição de tantos supermercados e shopping.
Até o da Azenha, aqui, que eu tive o prazer de inaugurar em 1967, chamava-se
Centro Comercial da Azenha; agora, chama-se Shopping da Azenha. Até mudou de
nome! Mas eu acho que tem de ser estudada pela Câmara a disposição, como se tem
de estudar os postos de gasolina também.
O SR. ALCEU BRASINHA: Com certeza,
Ver. João Antonio Dib. Eu venho há muito tempo analisando e pensando que nós,
aqui da Câmara, e os Deputados, principalmente, deveríamos nos manifestar e ver
o que é bom para o Rio Grande. Não é só simplesmente colocar mais e mais
hipermercados, assim não há condições!
A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Alceu Brasinha, Sr. Presidente,
queria registrar a nossa posição, enquanto Partido, com relação ao Carrefour.
Não porque defendamos o setor A ou o setor B da economia ou o empresário tal:
nós defendemos toda a população de Porto Alegre e todo o povo que depende,
também, dos supermercados para poder se alimentar e sobreviver. Quero registrar a nossa opinião em relação ao
Carrefour, reiterando no sentido de que as multinacionais são um crime contra a
soberania nacional, primeiro, porque levam o dinheiro, a riqueza, de tudo que
se acumula no País para o seu país de origem. Em segundo lugar, porque exploram
- como no caso do Carrefour -, pagando aos seus trabalhadores baixíssimos
salários e ainda oferecendo condições de trabalho nas quais seus trabalhadores
passam todos os dias por assédio moral; e, terceiro, porque são os primeiros,
quando ocorre uma crise econômica, a fechar seus supermercados, a gerar
desemprego, a colocar todos na rua, para defender seus interesses, seus lucros.
Então, quero reiterar a nossa posição, como Partido, nos colocando contrários
na questão do Carrefour e contra a exploração que as multinacionais fazem aos
países de Terceiro Mundo, aos países subdesenvolvidos.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado,
Verª Fernanda.
Volto
a dizer da grandeza de estar nesta tribuna, Ver. Paulinho Ruben Berta, nós que
viajamos juntos muitas vezes, Ver. Tarciso, e vimos empreendimentos nas outras
cidades. O Carrefour, para Porto Alegre, é uma verdadeira vergonha. O
Carrefour, para mim, simplesmente é um massacrador das pequenas empresas, que
já ficam com data marcada para terminar, porque não é possível uma empresa
sobreviver diante do grande empreendimento que o Carrefour faz na cidade de
Porto Alegre. E agora, para completar, eles vêm na Av. Sertório, colocam aquele
monstro do Carrefour na frente do Supermercado Big, perturbando o trânsito, os
moradores, o comércio, perturbando tudo, Ver. Bernardino Vendruscolo. Porque
inventam as promoções, fazem as pessoas saírem de casa dois dias antes para
ficarem na fila, para comprarem numa promoção que nem sabem o que se vão poder
levar. Aí as pessoas sofrem, brigam na fila, têm problemas; simplesmente, é o
Carrefour que está aprontando para a Cidade. O Carrefour deveria vir aqui e
perguntar aos Srs. Vereadores o que é bom para a Cidade, perguntar para quem
representa a comunidade, a Cidade, se nós queremos mais um empreendimento dessa
grandeza.
O
Sr. DJ Cassiá: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, a desigualdade
social não está só na educação, só na cultura, no emprego, ela está até no
comércio. Existe de um lado o Big e, do outro lado, o Carrefour - duas grandes
potências do comércio. Ouvi manifestações de alguns colegas no sentido de que o
Carrefour não é bom. Agora, nós, representantes do povo e da sociedade, fomos
eleitos para fiscalizar, e não sei até onde nós fiscalizamos a questão do
Carrefour e de outros estabelecimentos; até onde estamos exercendo nosso
verdadeiro papel de fiscais. Quem sabe, Ver. Haroldo, eu não estou funcionando
bem, se fui eleito para fiscalizar. Quem sabe, então, nós tenhamos que fazer
uma reunião e decidirmos o que é bom para Porto Alegre, quem sabe fazer uma
Comissão para fiscalizar de verdade.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Com
certeza, Ver. DJ Cassiá.
O
Sr. Nilo Santos: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, o que lamento,
realmente, nesses grandes mercados, hipermercados, é o fato de se justificarem
com a contratação de várias pessoas para o trabalho. Só que, infelizmente, o
cliente tem de empacotar seus produtos, porque eles não contratam mais
empacotadores. O funcionário do caixa tem de pesar os produtos, porque o
pessoal que trabalha na balança foi demitido. E aí o cliente fica quase uma
hora, dependendo do dia, na fila de um grande mercado desses aí. E os
funcionários dos caixas ganhando apenas para serem operadores de caixa, não
ganham como operadores de balança, não ganham como empacotadores. O vender mais
barato deles nada mais é do que a exploração de mão-de-obra do cliente, que
empacota seus produtos. Então, geram grandes empregos? Se quebrarem as pequenas
empresas do entorno, isso também vai desempregar. É muito elogio para quem está
explorando trabalhadores dentro dos hipermercados, quase como que mão-de-obra
escrava! E nós estamos fazendo de conta que não estamos enxergando isso.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado,
Ver. Nilo Santos.
O
Sr. Dr. Raul: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Alceu Brasinha, gostaria de
me somar àqueles que, nesta Casa, como todos nós, estão debruçados sobre a
questão do Plano Diretor. Gostaria ainda de colocar, de maneira mais intensa,
essa discussão, essa questão do tipo de projeto para a nossa Cidade para dentro
do Plano Diretor. Até que ponto vamos continuar abrindo espaço para esses
grandes projetos de, vamos dizer assim, duvidosa, muitas vezes, vantagem para a
nossa economia? Eu acho que este é o momento oportuno, ao longo deste ano, para
discutirmos e tirarmos conclusões propositivas sobre a matéria.
O
SR. ALCEU BRASINHA:
Obrigado, Dr. Raul.
Eu
sei disso por experiência própria, Ver. Adeli Sell, porque, antes de o
Carrefour lá começar a operar, eu tinha 25 funcionários; hoje, nas minhas duas
lojas, eu tenho seis, porque o Carrefour literalmente massacra todo o mundo.
Mais ainda: um amigo meu, ao lado, tem uma farmácia. Ele tinha dez
funcionários; hoje, ele tem um funcionário e está quebrado. E assim por diante!
Logo ali na frente, tem uma ferragem, que tinha, também, em torno de oito
funcionários; hoje, tem dois funcionários, porque o Carrefour prejudica. Ao
lado, tem um salão de beleza. A senhora tinha quinze funcionários; hoje, não
tem quatro! Tudo por causa do Carrefour! O Carrefour vai massacrando todo o
mundo! Então, Ver. Mauro Pinheiro, o que falta nesta Cidade é tomarmos uma
providência imediata.
O
Sr. Mauro Pinheiro: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Alceu Brasinha, nós,
Vereadores desta Casa, que conhecemos tão bem esse pequeno comércio de bairro,
temos que trabalhar em conjunto, fazer como na França, onde é proibido
Carrefour dentro da cidade, é só nas auto-estradas. Com relação ao Wall Mart,
nos Estados Unidos, há Estados que fizeram plebiscito, e a população não quis a
construção de Wall Mart! Nós, porto-alegrenses, temos que fazer a mesma coisa,
temos que regulamentar os grandes empreendimentos na cidade de Porto Alegre,
Ver. Brasinha! Pode contar com este Vereador, junto com V. Exª, com o Ver.
Adeli e com outros Vereadores, nós temos que criar uma Frente Parlamentar para
discutir os empreendimentos na cidade de Porto Alegre. Obrigado, Vereador.
O
SR. ALCEU BRASINHA:
Obrigado, Ver. Mauro Pinheiro.
Para
concluir, Sr. Presidente, quero dizer que, se nós soubermos que tem mais um
projeto de um megaempreendimento do Carrefour, eu sou o primeiro a ir lá, irei
para dentro do terreno, vou ficar lá, vou convidar os Vereadores que são contra
e não deixar mais construir Carrefour aqui dentro da cidade de Porto Alegre,
porque ele faz mal para a Cidade, faz mal para o Rio Grande, faz mal para o
Brasil!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Obrigado, Ver. Brasinha.
Queria
anunciar a presença do Ver. Elói Ferraz de Andrade, do PDT, Vice-Presidente da
Câmara de Ibirubá. É uma satisfação recebê-lo nesta Casa.
Gostaria
também que os colegas Vereadores saudassem o nobre Ver. Mauro Zacher, que está
de aniversário. Gostaria de passar às suas mãos um cartão assinado pelo nosso
Presidente.
(Procede-se
à entrega do cartão.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Caro
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras
e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, quero
saudar a todos. E faço uma saudação muito especial, em nome do meu Partido, em
nome da Bancada, ao nosso companheiro Elói Ferraz de Andrade, Vereador de
Ibirubá, Vice-Presidente da Câmara; é um prazer para esta Casa recebê-lo,
transmita o nosso abraço àquela cidade, àquele povo trabalhador e ordeiro de
Ibirubá.
A
maioria dos Srs. Vereadores e das pessoas que nos assiste, principalmente no
final de semana, vai ao Litoral. O trajeto que eu faço é pela freeway,
meu caro Ver. João Antonio Dib. Eu sabia que hoje seria o dia em que falaria em
nome do meu Partido, o dia da Liderança do meu Partido, e que falaria sobre o
desrespeito dos veículos - falo da freeway porque é o trajeto que faço
para ir à praia. Pela manhã, abrindo o Jornal do Comércio, li na página 23 uma
reportagem (Mostra jornal.): “Mortes no Estado crescem mais de 350%”. Agora, na
freeway, a velocidade permitida para automóveis é de 100 km/h, para
ônibus é de 90 km/h e para caminhões é de 80 km/h. Estão aí os jornais,
diariamente, estampando os acidentes nas estradas, principalmente com ônibus,
em páginas inteiras, televisão, rádio... Acho que todos nós, até hoje, estamos
chocados com aquele acidente trágico da Delegação de Pelotas. Parece, meus
caros colegas Vereadores, que os motoristas de ônibus não tomaram consciência,
ou eles têm horário para cumprir determinado trecho, e a coisa vai a deus-dará.
Eu
ando na freeway a 100 km/h, velocidade permitida por lei, e acho que 95%
dos ônibus passam por mim; então, eles devem estar a 120 km/h, 130km/h, sei lá
quanto! E está aí o motivo do crescimento dos acidentes com ônibus. Parece que
hoje, nesta manhã, ocorreu mais um na freeway, com vítima, pelas
informações extra-oficiais que obtive. Mas assim mesmo as pessoas não tomam
consciência! Se há limite de velocidade... É assustador o que acontece. Estou
falando na freeway porque é o trajeto que eu faço, mas há outras
rodovias em que isso acontece também. Nessas tragédias, em que famílias são
vitimadas, onde está a responsabilidade dos motoristas? Será que nas empresas
não há fiscais que controlam isso? Ver. Dr. Raul, isso é uma barbaridade!
Ninguém respeita o limite de velocidade! Os jornais estão publicando essas
notícias, inclusive na página 23 do Jornal do Comércio há uma ampla reportagem
sobre o índice de acidentes nas estradas, principalmente com ônibus. No próximo
fim-de-semana teremos um feriado. As pessoas que saem para passear e dirigem
fora do limite permitido pela legislação colocam em risco a sua família e
também a dos outros. Vamos nos conscientizar! Eu falo porque isso me revolta.
Eu
ia falar sobre isso, como disse anteriormente, no meu tempo de Liderança, mas
aí abri os jornais e vi essas trágicas estatísticas que estão ocorrendo nas
nossas vias. Até quando isso vai? Eu entendo que são as empresas de ônibus as
responsáveis por transportar os passageiros. Eu não sei se os motoristas têm um
determinado horário para cumprir, mas são famílias e mais famílias que circulam
nesses ônibus. Vamos respeitar a velocidade, pois, se ela não for respeitada,
cada vez mais vão aumentar essas tragédias nas nossas rodovias. O problema é a
imprudência, o excesso de velocidade. Eu tenho certeza de que a maioria dos
senhores anda pelas estradas e vê que ninguém respeita o limite de velocidade.
É uma barbárie o que está acontecendo nas nossas rodovias! Eu acho que tem que
dar um basta nisso! As matérias dos jornais mostram o crescimento dessas
tragédias, e isso é muito preocupante! Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver. Ervino Besson.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, no período
da Administração passada do Prefeito Fogaça eu não encontrei razões para
elogiar a então Secretária Marilú, ainda que um dia ela tivesse marcado que
viria ao meu gabinete - e havia aqui na Câmara um representante permanentemente.
Mas no dia 09 de junho de 2006 eu mandei um Pedido de Providências que tinha a
seguinte justificativa (Lê.): “O Ato das Disposições Orgânicas Gerais e
Transitórias, promulgado em 1990, juntamente com a Lei Orgânica do Município,
estabeleceu em seu art. 17 que os Centros Integrados de Educação Municipal -
CIEM - desenvolveriam atividades em turno integral, fato que ocorreu somente
por breve período. Agora, segundo divulgado pelos meios de comunicação social,
cerca de cem alunos de uma única Escola Municipal passarão a ter aula de turno
integral. Diante disso, estamos apresentando proposta, ao nosso ver bastante
exequível, que permitirá que os demais alunos de toda a rede municipal sejam
beneficiados com alimentação, além de outras atividades gerais, mediante a
ampliação dos horários vigentes. Assim, propomos que para os alunos do turno na
manhã seja servido café meia hora antes do início das aulas, merenda às 10
horas e almoço às 12h30min, permanecendo na escola em atividade, que pode ser
cultural ou esportiva, até o início das aulas do outro turno; aos alunos do
turno da tarde que seja servido almoço às 12h30min, atividades culturais ou
esportivas até o início das aulas, merenda às 16 horas e lanche às 18 horas. A
adoção de procedimentos como os sugeridos - que poderão sofrer alguma adequação
em função de peculiaridades de cada escola - só trará benefícios aos alunos,
que, sabe-se, muitas vezes têm na escola a única possibilidade de alimentação
diária, fator que, inclusive, levou a anterior Administração da Prefeitura a
promover a abertura das escolas também nos períodos de férias.”
Não
recebi resposta. Mas, agora no dia 29 de janeiro, veio uma resposta da
Professora Cleci Maria, Secretária de Educação do Município, e eu preciso
elogiá-la. Diz ela na sua resposta (Lê.): “Em resposta ao Pedido de
Providências nº 1.367/06, do Ver. João Antonio Dib, reafirmado em setembro de
2008, colocamos o que segue: a SMED vê com imensa satisfação a proposição do
Ver. João Dib, quanto ao ‘exame da viabilidade de que as escolas municipais não
contempladas com turno integral funcionem em horários que possibilitem o
fornecimento de refeições’ (café, almoço, merenda e lanches), pois vem ao
encontro do que este Governo Municipal se propõe ao ampliar gradativamente de
17 para 47 escolas de Ensino Fundamental, o Projeto Cidade Escola.
“O
que é o Cidade Escola? É uma proposta educativa que visa, no turno inverso ao
frequentado pelo aluno de Ensino Fundamental, ofertar novos enfoques de
aprendizado, utilizando os temas transversais, desenvolvendo atividades
artísticas, culturais, esportivas, de inclusão digital, democratizando saberes,
qualificando o aprendizado e possibilitando a real inclusão social desses
alunos. Acreditando que os sujeitos aprendem e são educados em diferentes espaços
sociais que frequentam, o Projeto prevê a potencialização dos espaços no
entorno das escolas e da sociedade, possibilitando a participação da comunidade
nesse processo educacional.
“Ressalta-se
também que, nas 40 escolas de Educação Infantil, o atendimento se dá em tempo e
turno integral. Já é política do Município ofertar em suas escolas aos seus
alunos, no turno da manhã, o café da manhã e o almoço; e, aos do turno da
tarde, o almoço e o lanche da tarde.
“Assim,
gradativamente, sem deixar de ofertar as vagas necessárias às demandas da
comunidade, o Município vai implementando a escola de tempo integral, ampliando
o tempo de permanência do aluno na escola, objetivando melhorar cada vez mais a
sua aprendizagem e o seu desenvolvimento com qualidade, tornando-os seres
humanos em todas as suas potencialidades e conscientes do seu papel na
sociedade em que vivem.”
Sei
que o Ver. Tarciso há de ficar contente com a leitura que fiz agora, assim como
a nossa querida Verª Juliana Brizola. Eu gostaria de usar um tempinho mais -
evidentemente passou o tempo, não vou fazê-lo - para dizer quão ruim é a figura
do Sr. Sarney, Presidente do Senado. Fica para um outro dia. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Sem
dúvida, Vereador. Obrigado.
O
Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. NILO SANTOS: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores
e Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos acompanham nesta
tarde, quero apenas fazer um registro, aqui nesta Casa, desta tribuna, sobre o
que foi trazido à tona com uma declaração do ex-Presidente Fernando Henrique
Cardoso a respeito da legalização da maconha. Eu acho que o Brasil precisa de
muita coisa, mas eu tenho certeza absoluta de que se há algo que o Brasil não
precisa neste momento discutir é a legalização da maconha. Nós estamos vivendo
num tempo, Ver. Oliboni, em que o que é normal se tornou anormal, e o que é
anormal está virando algo normal na nossa sociedade. Hoje é normal
atingir homens e mulheres que trabalham em favor da sociedade, como atacam os
políticos. Somos atacados constantemente, diariamente, Ver. Luiz Braz, como se
isso fosse algo normal. E é anormal atacar pessoas que investem a sua vida em
favor de uma sociedade inteira, como os políticos - existem os bons, existem os
maus. Não é normal, por exemplo, colocar foto, a imagem de uma Governadora num outdoor,
como esses que estavam sendo colocados. Respeitamos os sindicatos,
respeitamos as manifestações, respeitamos todos, mas tudo tem limite também, há
coisas que são anormais e até mesmo não fazem parte da boa democracia - tudo
tem limite!
E sobre a legalização da maconha, senhoras e
senhores, é lamentável falarmos, em pleno ano de 2009, sobre algo tão careta,
porque fumar maconha é careta. O que não é careta é andar de cara limpa; isso
não é careta, isso é normal. Não há necessidade de legalizar maconha, porque
isso não vai gerar benefício algum para os adolescentes, para as crianças. Que
benefício a legalização da maconha iria trazer para a nossa sociedade? Que
benefício, Ver. Ervino Besson? Que benefício a legalização da maconha traria
para aquele guri que mora no morro, a não ser facilitar o caminho, alargar os
caminhos para que os traficantes possam faturar, cada vez mais, em cima daqueles
que estão necessitando de apoio, necessitando de alguém para orientá-los para
um caminho melhor. Infelizmente, falar sobre a legalização da maconha neste
momento não tem nada a ver com o tempo em que estamos vivendo, temos tantas
coisas para discutir.
Se na realidade acontecer a legalização da maconha,
o adolescente que não fumar maconha vai ser tachado de careta, vai ser tachado
de um ser anormal dentro da escola. Que se calem esses assuntos sobre
legalização de maconha! Tomara cortar o cigarro, tomara cortar o álcool! Agora,
falam em legalização da maconha. Isso é lamentável! Ver. Tarciso, V. Exª é um atleta, a nossa
sociedade, a nossa adolescência não precisam de drogas, mas de praticar
esportes. Precisamos, sim, aumentar o número de campos de futebol por este
País, porque, depois que terminaram os campinhos de futebol, a droga se
alastrou com maior velocidade. Precisamos de mais campos de futebol nas vilas,
precisamos de mais educação, precisamos de mais salas de aula pelas vilas. É
disso que o País precisa, e não da legalização da maconha! Obrigado, senhoras e
senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. LUIZ BRAZ:
Presidente Adeli Sell, como foi citado o nome de Fernando Henrique Cardoso,
quero apenas dizer que o que o Fernando Henrique Cardoso colocou foi a
descriminalização da maconha, e não a sua legalização; são coisas absolutamente
diferentes.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Perfeito.
Havendo
quórum, passamos à
A
Mesa recebe Requerimentos do Ver. Mauro Zacher solicitando adiamento da
discussão do PLL nº 144/08 e do PLL nº 158/08 por uma Sessão. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 2731/08 -
PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 002/08, de autoria do Ver. Beto Moesch, que altera o § 2º do art.
225 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, possibilitando ao Município
exigir o tratamento de esgoto doméstico por parte do proprietário.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. João Bosco Vaz:
pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Aldacir José Oliboni:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
- discussão geral nos
termos do art. 129 do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do
Dia em 16-02-09.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Em discussão PELO n° 002/08, em 1ª Sessão, que altera o parágrafo 2° do art.
225 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, possibilitando ao Município
exigir o tratamento de esgoto doméstico por parte do proprietário. (Pausa.) O
Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir PELO n° 002/08.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, este Projeto de Emenda
à Lei Orgânica do Município foi protocolado no ano passado, em virtude, no meu
entender, de uma imperfeição, obviamente não-propositada, da Lei Orgânica do
Município, alterada em 2001. A Lei Orgânica do Município original não trouxe, e
a Lei Orgânica, sim, e vou explicar por que, na minha opinião, houve esse erro.
Naquele
período de 2001 houve um movimento da chamada privatização das águas, Ver.
Pujol, e não estou discutindo o mérito. Na realidade, era uma concessão para o
tratamento e uso de água tratada. Os Vereadores de Porto Alegre para evitar
essa, digamos, privatização ou terceirização da água - eu votei a favor, vejam
como nós todos estamos sempre com o intuito, muitas vezes, não propositado de
errar, mas nós colocamos sem querer, na minha opinião - entenderam que apenas o
DMAE, tão-somente o DMAE, poderia tratar do esgoto de empreendimentos da
Cidade. É o que está na Lei Orgânica. Eu concordo, obviamente, por isso votei a
favor dessa alteração da Lei Orgânica, eu entendo que apenas o DMAE deva fazer
o controle e até o mesmo o tratamento da água potável na cidade de Porto
Alegre, sem dúvida.
Mas
exigir, em certas circunstâncias - e vou agora dizer quais seriam essas certas
circunstâncias -, o tratamento de esgoto de alguns empreendimentos, Ver. Dib...
Eu entendo que, embora não seja obrigatório, o Poder Público deva, em certos
casos, exigir o tratamento de esgoto. Vou dar um exemplo. Hoje Porto Alegre tem
condições de tratar 27% dos esgotos domésticos; tem condições, mas trata apenas
20%, porque temos esgoto misto, enfim, temos problemas no sistema. Mesmo sem o
Socioambiental, oitenta por cento tem que ser tratado. O que ocorre? O DMAE,
atendendo à Lei Orgânica, exige toda a canalização de esgotos, para um dia
serem tratados, para quando um dia tiverem estações de tratamento, sem, na
realidade, tratar aquele esgoto. Então, há todo um investimento privado e
público para o tratamento de esgoto, o que, na realidade, não ocorre.
Vou
dar um segundo exemplo. Quando vier o Socioambiental - quando vier o
Socioambiental -, o tratamento se dará na Serraria, extremo sul da cidade de
Porto Alegre. Se tivermos um empreendimento na Zona Leste da Cidade, bairro
Agronomia, dependendo do caso - dependendo, por isso não há uma obrigação -,
haverá a faculdade de o Poder Público exigir que aquele empreendimento da
Agronomia faça ele mesmo o tratamento de esgoto, porque será muito mais caro, e
o sistema não será tão eficaz, enviando esse tratamento para a Serraria. O que
estamos querendo fazer aqui é uma correção não de mérito, mas de técnica da Lei
Orgânica, porque é óbvio, Ver. Pedro Ruas, as legislações federal e estadual já
exigem do Poder Público que o privado trate o esgoto. Fala-se muito sobre
Pontal do Estaleiro, no sentido de que o empreendedor privado é que fará o
tratamento de esgoto. Sim, isso é muito bom, só que, pela Lei Orgânica, quem
tem de fazer esse tratamento de esgoto é o DMAE.
Então,
é apenas uma correção, quem vai continuar exigindo o tratamento, quem vai dar
as diretrizes técnicas - e concluo - e quem vai dizer se cabe ou não tratar é o
Poder Público, no caso, o DMAE, mas a correção precisa ser feita, porque na Lei
Orgânica, na minha opinião - e eu votei a favor também, todos nós votamos -, ao
se evitar uma certa tentativa de privatização ou concessão à iniciativa privada
do tratamento da água tratada, incorreu-se num erro técnico de redação em
impedir que em Porto Alegre o empreendedor privado possa, em certos casos,
também tratar do esgoto. Por isso a proposta de alteração da Lei Orgânica.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Beto Moesch.
O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra para discutir o PELO nº 002/08.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
eu quero aqui me juntar à idéia do Ver. Beto Moesch e dizer que ainda aqui
estamos numa avaliação muito preliminar. Venho estudando o tema e venho
compreendendo que as cidades - todas as cidades, praticamente todas - são, na
verdade, um grande ralo sugador de serviços. E aqui não estou criticando
ninguém, estou apenas constatando o que existe. Aliás, eu disse nesta semana,
numa entrevista, que a Cidade consome energia elétrica, consome comunicações,
consome e produz lixo, produz esgoto, produz água nos alagamentos, e a grande
questão da Cidade é, o mais rápido possível, desfazer-se disso e jogar tudo num
ralo no setor público.
Eu
acho que a idéia é interessante no sentido de que, por exemplo, se possa, sim,
em casa, além de consumir e produzir... E este é para mim, talvez, um dos
grandes motes deste novo século, ao qual estamos nos encaminhando. Hoje se
produz e se joga... E, em relação àquilo que é jogado, o tratamento que se dá,
o destino que se dá, é muito duvidoso. Acredito na seguinte situação: é
possível, sim, o cidadão urbano buscar uma alternativa, em alguma situação, de
como ele vai tratar aquilo que produz. Por exemplo, as cisternas. Eu fui
Diretor do DEP e sei que muito se tratava disso, o Ver. Pancinha também foi,
conhece o assunto. Por que não, num pequeníssimo espaço de recipiente, segurar
água dentro do seu espaço e largar na rede pública controladamente? É aquela
velha história do ralo: choveu, e “eu, aqui na minha casa, tenho que ficar
torcendo para que aquela água saia imediatamente do meu pátio, e seja lá o que
Deus quiser”.
Acho
que esse tema do tratamento, daquilo que acontece em nossas residências, em
nossos condomínios, merece, sim, uma atenção por parte de todo o setor público
e, muito especialmente, por parte do Legislativo. Acredito que - sem uma
análise mais aprofundada do mérito - uma das possibilidades que se tem, um dos
começos que já se tem é o Projeto do Ver. Beto Moesch. Acho que dá, sim, para
analisar esse Projeto e ver de que forma ele pode se transformar num primeiro
instrumento ou num dos instrumentos que venham a olhar com um olhar diferente
as questões das grandes cidades. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Airto Ferronato.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PELO nº 002/08.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, àqueles que nos assistem, recebam a nossa saudação. Propõe o
Ver. Beto Moesch a possibilidade de o Município exigir o tratamento de esgoto
doméstico dos proprietários. Como fui Diretor do DMAE, também tenho obrigação
de fazer uma manifestação, de expor minha opinião. Minha opinião é de que este
Projeto é profundamente equivocado. Por quê? Porque Porto Alegre concebeu
tratar os esgotos a partir de um Plano Diretor e a partir de estações de
tratamento, que tratam grandes volumes. Tratando grandes volumes, elas tratam
também de forma a investir esforços, tecnologia, equipamentos e qualificação
para produzir processos mais uniformes. Portanto é, sim, um subsídio público
importante que é feito, porque o esgoto custa mais do que é cobrado na tarifa,
mas essa é a única forma de se produzir um tratamento eficaz dos esgotos.
Está errada essa idéia que o Ver. Beto Moesch tem,
é equivocada, e vou explicar por quê. Nós temos mais de vinte concepções
diferentes de tratamento de esgotos, e qualquer uma delas poderia ser aprovada
num projeto pelo DMAE ou pelos órgãos de licenciamento, e o resultado de cada
uma seria diferente também. Agora, vamos supor que em Porto Alegre tenhamos
quinhentas pequenas estações de tratamento. Certamente quinhentas estações de
tratamento produziriam um impacto ao meio ambiente muito complicado, porque
iriam produzir odores em quinhentos lugares diferentes, elas iriam produzir um
resultado de tratamento diferenciado. Onde seriam depositados ou para onde
seriam destinados os resíduos remanescentes do tratamento? Esse é um outro
problema muito sério. Isso significaria, no varejo, um aumento extraordinário
de custo para os empreendedores. E para o tratamento ser eficaz é importante
que o esgoto tenha uma característica uniforme, que ele seja homogêneo, com as
mesmas características de sempre. Na medida em que eu passo a tratar a questão
em partes, eu vou ter uma
mudança no efluente cada vez maior, dificultando o tratamento na estação final.
Então,
afora as boas intenções - acho que são boas as intenções - do Ver. Beto Moesch,
do ponto de vista técnico e da concepção de tratamento de esgotos como Porto
Alegre concebeu num Plano Diretor de esgotos, é equivocado tratar de local a
local, de ponto a ponto, por proprietários, quer sejam eles condomínios
residenciais, quer sejam eles industriais ou comerciais. Ademais, o DMAE desativou
a maior parte das pequenas estações de tratamento, porque o esgoto está sendo
tratado nas grandes estações com ganhos em eficiência, qualidade e custos. Cito
o caso do IAPI, por exemplo, que tinha lá uma estação. Por que ela foi
desativada? Porque a Estação São João/Navegantes está tratando aquele esgoto e
com uma forma muito mais eficiente. Basta ir lá conferir. A Estação de
Tratamento Cohab/Cavalhada da mesma forma: os esgotos estão sendo tratados na
Serraria com grandes ganhos. E quantas as outras pequenas estações que foram
feitas pelo DMAE ou por particulares que nunca chegaram a funcionar? Por quê?
Porque é muito complexo, porque o particular não consegue operar. Eu cito a
Estação de Tratamento de Esgoto Chapéu do Sol, a Estação de Tratamento do
Jardim do Sol e muitas outras.
Então,
cuidado, porque isso não é brincadeira! Não é por acaso que o DMAE desativa
todas as pequenas estações e as substitui por sistemas gerais, em que tem
profissionais dedicados 24 horas por dia, em que há manutenção, equipamentos,
controle e há uma uniformização dos efluentes para serem tratados, para se
obter um melhor resultado no efluente final a ser lançado de volta ao Guaíba.
Por isso, eu sou contra o mérito deste Projeto apresentado, em que pese o
respeito que tenho pelo Vereador. Obrigado pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Carlos Todeschini.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PELO nº 002/08.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, antes de mais nada eu
quero cumprimentar o Ver. Beto Moesch, que propõe este Projeto de Lei, que
enseja à Casa um debate sobre um tema relevante, inclusive recuperando alguns
debates anteriores que a Casa produziu mormente no ano de 2001. A redação que
hoje consta no art. 225 da Lei Orgânica do Município, em seu parágrafo 2º, foi
amplamente debatida aqui na Casa. Eu devo ter sido, muito provavelmente, o
único dos Vereadores que, na ocasião, não votou favorável à aprovação da proposta
que era assinada pelo então Líder do Partido dos Trabalhadores, Ver. Estilac
Xavier.
Hoje o Ver. Beto Moesch, até com humildade, disse
que se equivocou na oportunidade, quando votou favoravelmente a proposta. Agora
ela retorna à discussão em sentido contrário; a alteração que propõe o Ver.
Beto Moesch é exatamente a partir da expressão para tal fim, quando diz (Lê.):
“... a não ser quando o sistema público não esteja devidamente estruturado para
responder ao serviço de tratamento de esgoto doméstico, caso em que o Município
poderá exigi-lo do proprietário, pessoa física ou jurídica, mediante decisão
motivada no órgão competente.” Ora, a partir dessa colocação, Ver. Beto Moesch,
eu começo a ter algumas dúvidas de que o debate que aqui se instala por iniciativa
de V. Exª vai me propiciar esclarecê-lo. Eu fico entendendo que a redação faz o
seguinte: onde o Poder Público faltou, onde ele foi incompetente, ele exige do
cidadão, da comunidade que supram sua incompetência e assumam duplamente o
ônus. Primeiro, pagou o tributo pelo esgoto pluvial, pelo esgoto cloacal, pelo
esgoto misto, e, depois, quando o Município se mostrou incompetente para
cuidar, aí ele vai lá e exige que a cidadania, a comunidade, o cidadão supram,
Ver. Braz, a sua ineficiência.
Ora, enquanto eu continuar tendo este entendimento,
evidentemente vou ter restrições ao Projeto, mas não sou um homem cego, vou
esperar que o debate prossiga para depois ter uma posição definitiva a respeito
do tema. Mas, numa primeira leitura, da forma como está escrita, eu só posso
ter esse entendimento. E, normalmente, o Município falta, Ver. Beto Moesch,
exatamente nas áreas de menor poder aquisitivo. É nas vilas que o Município
sucumbe, falta; é na periferia da Cidade, é ali, não é aqui na Av. Independência,
onde ele foi eficiente! Até porque mistura a captação do esgoto com a
distribuição da água, cobra tudo junto...! Então, para diminuir o choque aqui
na Av. Independência, na Av. Protásio Alves, ele cobra um serviço que ele
efetivamente presta, mas lá na periferia ele não faz esse serviço. E, aí, onde
as pessoas têm um baixo poder aquisitivo, pela lei, o Município vai ficar
autorizado a cobrar delas aquilo que a sua incompetência não realizou. Ora, se
esse for o sentido da proposta, evidentemente eu não sou a favor. E digo a V.
Exª, honestamente, que, quando foi votada essa alteração da Lei Orgânica - eu
tive coragem, quase me mataram -, eu, sozinho, fui contra isso! Eu entendia que
deveria ficar uma torneira aberta para que, em determinada circunstância, Ver.
Mauro, fossem flexibilizar. Mas não, tinha que ficar só do Poder Público!
Tinham medo de que acontecesse aqui o que aconteceu na Argentina com o negócio
de água! Tinham medo! Então, colocaram aqui.
Agora, corrigir esse absurdo criando uma situação
que, para mim - a confirmar-se o que está escrito -, é um absurdo maior é
querer “tapar o sol com a peneira”... Não tem solução! Vou continuar ouvindo,
Ver. Beto Moesch, vou continuar debatendo, mas, presentemente, na primeira
manifestação, tenho sérias dúvidas sobre a correção dessa proposta. Era isso,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver.
Reginaldo Pujol.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra discutir o
PELO nº 002/08.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, há uma coincidência histórica, eu dificilmente consigo
concordar com S. Exª o Ver. Pujol, apesar do apreço que lhe dedico. Mas este é
um Projeto, Ver. Beto Moesch, que motivou, hoje pela manhã, uma reunião da
nossa coordenação de Bancada, e há pouco eu debatia com a Verª Fernanda
Melchionna, com quem o Ver. Beto Moesch conversa agora, o Projeto, porque ele
nos suscita dúvidas, mas opostas, respeitosamente, às que foram aqui expostas
pelo Ver. Carlos Todeschini e pelo Ver. Reginaldo Pujol, respectivamente e
diferentemente.
Eu
explico. Não me parece inoportuno, inadequado, que possam os grandes
empreendimentos da Cidade ser cobrados com relação ao tratamento do esgoto. Não
me parece inadequado. O que nós temos de estabelecer, meu coordenador Fonseca,
com quem conversamos hoje, são critérios objetivos, através dos quais o DMAE ou
o conjunto dos órgãos públicos das Secretarias de Município, incluindo
Departamentos como o do DEP, possam efetivamente dizer da sua impossibilidade e
da sua necessidade de cobrança. Além disso, que seja
contemplada a observação do Ver. Reginaldo Pujol no sentido de que haja uma
garantia para aquelas pessoas, para aquelas famílias, para aqueles moradores,
principalmente da periferia, comprovadamente de baixa renda. O Projeto em si,
Ver. Beto Moesch, merece uma análise atenta, parece-me que um detalhe ou outro
podem ser resolvidos por emendas, pode ser objeto, sim, de aprovação nesta
Casa.
Então, o que temos de analisar são os critérios,
para que não fique meramente na subjetividade do Poder Público... Porque nós
temos aqui, Vereadoras e Vereadores, duas pontas distintas de restrição ao
Projeto. Numa, o risco, o medo que temos, corretamente, de privatização desse
tipo de serviço sem a fiscalização adequada do Poder Público. E, se esse risco
existe, nós não podemos aprovar o Projeto. E dois: que o Município, na situação
inversa, abuse da prerrogativa de cobrar do ente privado, basicamente de baixa
renda, e passe a exigir, quando não precisaria, o pagamento pelo tratamento do
esgoto. Nós temos duas pontas de risco diametralmente opostas, mas que são riscos reais, efetivos.
E
temos que ver a questão levantada, corretamente, pelo Ver. Todeschini, de
desativação de todo um setor público de tratamento em prol de uma idéia de Lei
Orgânica que agora passa a ser superada. Mas a idéia de que o Poder Público
Municipal possa cobrar dos grandes empreendimentos o tratamento do esgoto não
me parece, Verª Fernanda, ruim, não me parece inadequada, não me parece
inoportuna; parece-me, isso sim, que essa é uma prerrogativa que o Município
pode, em determinadas circunstâncias, utilizar.
Então,
aqui fica o nosso início de debate, Ver. Adeli Sell; continuarei a debater o
tema com a Verª Fernanda, com a nossa coordenação de Bancada, com os demais
Vereadores, mas, de início, queremos colocar essas observações e a necessidade
absoluta de critérios objetivos que definam a impossibilidade de o Município
atuar no tratamento efetivo do esgoto.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Pedro Ruas.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PELO nº 002/08.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, eu quero contrariar alguns dos oradores que
estiveram aqui nesta tribuna discorrendo sobre o Projeto. Este Projeto de
Emenda à Lei Orgânica, do Ver. Beto Moesch, vem corrigir uma falha que existe
em nossa legislação e que não permite ao Município, se assim o quiser, entregar
para o empreendedor privado o ônus de fazer a sua própria rede de tratamento de
esgoto. Hoje a Lei Orgânica proíbe que o Município assim haja. Com a Emenda do
Ver. Beto Moesch, o Município vai ter essa oportunidade.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, a atual
redação da Lei Orgânica, que proíbe essa concessão a empresas privadas, à
atividade privada, foi em razão do movimento de ex-Diretores do DMAE que
propuseram alteração, porque houve um momento em que o Governo estaria querendo
fazer com que o saneamento fosse privatizado. Então, os ex-Diretores do DMAE se
reuniram no Gabinete da presidência - não sei até se V. Exª não era o
Presidente - e fizeram a Emenda, que foi aprovada por unanimidade. Então, não
há como fazer. Agora, o Ver. Beto Moesch está abrindo a possibilidade de o
empreendimento que por acaso ainda não tenha o esgoto cloacal à sua disposição
para ser tratado venha a fazer o tratamento, uma subunidade.
O
SR. LUIZ BRAZ: Exatamente
isso, Ver. João Antonio Dib. O que me agrada na proposição do Ver. Beto Moesch,
Ver. Carlos Todeschini, é que ele não obriga o Município a fazer. Em
determinados casos - eu acho que o Ver. Pedro Ruas pega bem -, eu acredito que
deva haver uma regulamentação, e nela o Município deve dizer em quais casos -
para que nós possamos ter critérios - o Município vai agir assim.
O
SR. LUIZ BRAZ: Até por
isso mesmo, Ver. Carlos Todeschini, que é um homem zeloso pela legislação,
justifica-se esta modificação. Hoje, Verª Fernanda, todas as empresas que agem
assim estão ao arrepio da lei, e nós não podemos, na verdade, prosseguir assim,
Ver. Valter Nagelstein. Nós temos que trazer a legislação e adaptá-la àquilo
que já existe em alguns casos, e o que nós devemos fazer, em outros casos que
ainda não existem, é permitir que o Município tenha a primazia de dizer para o
grande empreendedor - como no caso, por exemplo, do Pontal do Estaleiro - que
ele tem que assumir o tratamento de esgoto. Hoje, Ver. Mauro Pinheiro, isso
seria impossível. A partir de uma Emenda como esta, proposta pelo Ver. Beto
Moesch, o Município passaria a ter esse direito. Não significa que o Município
vai exigir de alguém; significa que o Município vai se munir desse direito para
que, assim o querendo, possa fazer essa exigência.
Eu
acho que nós estaremos, Verª Fernanda, aperfeiçoamento a legislação, estaremos
dando para o Município todas as condições para que ele possa, se quiser,
obrigar o empresário a fazer o tratamento de esgoto de suas construções. É
claro, seria uma aberração se o Município exigisse isso de um empresário que
não está fazendo um empreendimento para as altas camadas; aí é o Município que
tem de fazer suas vezes. Mas, no caso de um empreendimento que está
contemplando, por exemplo, como é o caso do Pontal, a alta sociedade, é claro
que o empreendedor deve fazer o tratamento de esgoto, arcando com esse ônus.
Acho que a Emenda do Ver. Beto Moesch está completando algo nesse campo que nós
não temos, mas que passaremos a ter quando aprovarmos esta legislação. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PELO nº 002/08 (Pausa.)
Ausente.
O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PELO nº 002/08.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver.
Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, em primeiro lugar gostaria de dizer, em especial ao Ver. Beto
Moesch, que ainda não tenho suficiente conhecimento do Projeto, por isso peço
vênia, caso faça qualquer colocação fora da realidade. Desde já quero
disponibilizar o aparte, para que o Ver. Beto Moesch complemente se necessário.
Minha
preocupação, Ver. Beto Moesch, é a seguinte: se o próprio DMAE, que tem uma
estrutura do tamanho que todos nós conhecemos, tem dificuldade no tratamento do
esgoto em Porto Alegre, como será caso passemos a autorizar o Executivo a
incentivar os particulares a esse procedimento? Isso me preocupa, porque, se
nós vamos autorizar esses tratamentos de esgoto sem algumas observações
maiores, Ver. Beto Moesch, e eu não vi no Projeto, está muito restrito. Por
isso eu desde já quero lhe dizer que o aparte está liberado, porque ainda não
consegui buscar as informações suficientes para dizer se sou contra ou a favor,
mas estou muito preocupado.
Será
que teremos, Ver. Todeschini, e V. Exª já foi Diretor do DMAE, condições de
absorver várias estações de tratamento de esgoto em Porto Alegre? Porque é isso
que vai acontecer. Eu não estou nem aqui dizendo que vai haver a bitributação,
e aí não é uma crítica ao meu Governo, é de muito que se cobra esgoto de todos,
e menos de 30% é tratado, o que é um problema muito sério em Porto Alegre. Não
é uma crítica a este Governo, mas esse fato existe, essa condição existe, e nós
não podemos fugir. Temos é que incentivar o imediato tratamento de cem por
cento do esgoto, Ver. Valter, para se justificar essa cobrança. Agora, de
repente, nós aprovarmos um Projeto sem uma discussão maior com a sociedade... E
V. Exª gosta muito de discutir com a sociedade. Eu quero lhe propor essa
discussão, porque não sei até onde nós, Vereadores, estamos preparados para
aprovar ou não este Projeto. Veja bem: aprovar ou não, não estou dizendo que
sou contra, eu estou é muito preocupado, porque, quando vejo as dificuldades de
um órgão do tamanho do DMAE em tratar cem por cento do esgoto em Porto Alegre,
fico muito temeroso em dar esta condição ao Executivo, de impor ao particular
esse tratamento.
O
Sr. Beto Moesch: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, agradeço o
aparte. É claro que, no plenário, como eu sempre digo, nós não conseguimos
fazer a discussão necessária, mas a idéia é a seguinte: primeiro, quem vai
continuar tratando a maior parte dos esgotos da Cidade vai ser o DMAE. É para
aqueles casos em que o DMAE se sentir insuficiente ou incapaz de tratar, pelo
fato de aquele empreendimento estar longe das estações de tratamento. Eu faço
uma comparação, estava falando agora com o Ver. Pancinha: para loteamentos,
condomínios e shoppings, eles mesmos devem fazer as bacias de contenção
- o próprio empreendimento. É mais ou menos isto: quando o Poder Público não
tem condições de fazer o tratamento, ele, então, exige do empreendedor. Para o
empreendedor é melhor, porque muitas vezes a estação de tratamento está longe,
portanto é muito mais caro fazer as redes para levar à estação de tratamento do
que fazer ali no seu próprio terreno.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Apesar
de V. Exª fazer a justificativa de que em determinados projetos ou determinados
empreendimentos, dada a distância, é mais interessante ao empreendedor fazer o
tratamento, também posso dizer, ouvindo a sua fala, que o Poder Público, o
DMAE, poderá escolher: “Bom, esse tratamento não me interessa, é muito caro,
deixo para o empreendedor”. Eu também posso ver dessa maneira, por isso cada
vez mais me preocupo e me sinto inseguro. E lhe faço um apelo, Vereador: vamos
pedir adiamento para buscarmos um debate maior antes de levarmos este Projeto à
votação. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Carlos Todeschini para discutir o PELO nº 002/08, por cedência de tempo do
Ver. Mauro Pinheiro.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Ver. Beto, creio que seria bom pedir o adiamento
para que a gente pudesse aprofundar os debates. Pelo que eu consegui entender
do Projeto em relação à questão que o senhor explicou anteriormente no microfone
de apartes, sobre aqueles casos em que os empreendimentos isolados não estão
conectados numa rede ou não estão próximos, é evidente que o órgão licenciador
já vai prever, na licença, a execução da estação de tratamento - isso já virá
embutido dentro do conjunto do contexto da aprovação do projeto, o tratamento
dos esgotos. É isso, assim é que funciona na prática. Temos vários
empreendimentos que são assim, o último exemplo é a Cohab Cristal, na Av.
Cristiano Kraemer. Ali tem uma estação de tratamento de esgotos. E várias
empresas também executaram por necessidade especial.
Agora,
isso não quer passar a idéia também de que os condomínios deverão ter seu
tratamento de esgoto de forma isolada, porque já ouvi o Vereador defender essa
idéia, e, se for isso, ela é completamente inviável e contra o Plano Diretor,
porque o tratamento de esgoto, para ser eficiente, deve receber o esgoto de
forma bastante concentrada. Tanto é que hoje, em relação ao esgoto conectado à
rede mista, é obrigatório haver uma fossa para realizar o tratamento primário,
que remove de 50% a 60% da carga orgânica. Quando é feita a conexão numa rede a
partir de uma estação de tratamento de um sistema separador absoluto, que é a
rede só do esgoto, todas as fossas são desconectadas, porque o esgoto tem que
chegar ao sistema com a maior concentração possível, para que o tratamento
tenha eficácia. Isso faz parte da concepção do sistema e dos Planos Diretores,
que orientam o sistema de tratamento de esgotos de Porto Alegre.
Uma
outra questão importante: várias vezes são aprovadas e executadas estações
locais de tratamento de esgoto por um condomínio, por uma pequena indústria,
etc. Ocorre que, na prática, o que se verificou depois é que, quando é
repassada ao Poder Público essa estação - porque o privado não tem condições,
não tem uma que opere nesta Cidade; é complexo mesmo, tem dispêndio de
mão-de-obra, de manutenção de equipamentos, de energia, tudo isso -, o DMAE
acaba tendo que assumir a operação. A maior parte delas continua sendo
completamente inviável, porque elas apresentam problema na consecução, na
construção, na operacionalidade; então, quase todas são encaminhadas para
desativação e transferência para as estações gerais, muito bem operadas pelo
Poder Público. Portanto, essa não é uma situação simples que se resolva com uma
proclamação de vontade. Envolve questões técnicas, envolve experiências.
Só
para os senhores e as senhoras terem uma idéia: o Brasil era tão atrasado na
questão de tratamento de esgotos que, para as estações de tratamento de esgoto
de Porto Alegre, foram buscar indicadores biológicos, químicos e físicos na
África do Sul, porque nós não tínhamos nenhuma referência na América Latina.
Então, não podemos inventar. Aquilo que está sendo feito, e bem feito, tem que
ser reforçado. E eu acho que o DMAE fez isso com as Estações do Lami - que são
muito eficientes -, com a Estação de Belém Novo, com a Estação da Serraria, com
a Estação de São João Navegantes; são as grandes estações que estão em operação
e que estão, agora, dimensionando dados para o grande tratamento do Projeto
Integrado Socioambiental e, posteriormente, o Projeto do arroio Gravataí, na
Zona Norte, que é a última estação, para que se atinja cem por cento do
tratamento de esgotos da Cidade. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter Nagelstein está com a
palavra para discutir o PELO nº 002/08.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em
primeiro lugar eu gostaria de agradecer ao Ver. Beto Moesch, que já manifestou
- e, na verdade, é o rito da nossa Câmara de Vereadores - que nós não vamos
votar o Projeto hoje. Mesmo que encaminhássemos a votação do Projeto, o
Vereador já manifestou o seu desejo, a sua disposição de estendermos essa
discussão pelo prazo que for necessário.
Eu
queria informar aos Srs. Vereadores da base do Governo que ainda não temos
opinião a respeito do assunto. Esse assunto precisa tramitar nas diversas
instâncias, precisa passar pelos órgãos de interesse do tema, como o DMAE, e há
questões que nós ainda precisamos verificar. Por exemplo - só a título de
ilustração -, grande parte da produção legislativa das Casas Legislativas hoje
no nosso País, seja Câmara de Vereadores, Assembléias Legislativas ou mesmo o
Congresso Nacional, acaba, depois de aprovadas essas leis ou parte dessas leis,
sofrendo contestações judiciais.
Neste
caso, quando nós estávamos discutindo a matéria, eu percebi claramente, Ver.
Pedro Ruas, a questão da tributação ou da bitributação. Hoje, em Porto Alegre,
nós já pagamos taxa de esgoto. Em direção à sua fala: se criássemos na lei uma
alternativa para tributar empreendimento, sejam de que natureza eles forem, nós
vamos cobrar desse empreendedor que ele faça o tratamento do esgoto? E como
fica a taxa de esgoto que ele já paga? Quer dizer, nós estamos ensejando que
esse empreendedor ou o particular busque os meios judiciais para evitar a
bitributação. Ou seja, são diversos os ângulos, as nuanças que nós precisamos
observar e com muita atenção em relação a esta matéria.
O
Ver. Todeschini traz na sua fala as questões históricas do nosso País, da
deficiência do tratamento de esgoto; isso é uma verdadeira chaga que assola o
nosso País junto com a miséria, junto com a desigualdade social. Não vamos nos
esquecer de onde estamos falando. Estamos falando, infelizmente, do nosso
Brasil, que detém ainda hoje as maiores taxas de desigualdade social do mundo.
Não vamos nos esquecer da nossa realidade, da nossa Capital, Ver. Chiodo. Nós
nos jactamos de que Porto Alegre detém índices de qualidade de vida e de
desenvolvimento humano, Ver. Toni Proença, mas temos aqui 22%, dizem alguns, ou
27%, dito por outros, de esgoto tratado.
Agora,
na nossa Administração, estamos encaminhando o Socioambiental, obra aqui ao
lado da chaminé, que vai elevar para 80%, quem sabe 90% o esgoto tratado. Mas é
uma chaga aberta, uma ferida aberta na nossa realidade social brasileira essa
questão do esgoto. Eu tenho certeza de que não vamos a esgotar aqui. Isso tem
raízes históricas muito grandes, muito profundas.
Aquele
livro “1808” fala da história da vinda da Família Real para o Brasil. Talvez
até por isto tínhamos a figura dos “tigres”. Quem eram os “tigres”? Eram os
negros escravos, Ver. Tarciso, que eram obrigados a carregar as cubas ou os
cubos onde era levado o esgoto doméstico das casas. E ali, antes que eles
levassem ao mar, após percorrerem as ruas da cidade e após um pequeno
tratamento químico, Ver. João Antonio Dib, se colocava cal dentro do esgoto, e
essa cal, no caminhar, pingava no corpo do escravo; ele ficava com o corpo todo
marcado de manchas brancas. A partir daí veio essa denominação de “tigres”. E
porque era uma mão-de-obra mais barata, e assim foi até meados do século
passado - o Ver. João Dib provavelmente deve se lembrar dessa história dos cubos
-, era muito mais fácil pagar ou forçar um escravo para que fizesse isso do que
o Poder Público fazer a sua obrigação.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o mais importante já
foi estabelecido no Projeto, que é a discussão. Todo Projeto está aí para ser
amplamente discutido, para ser amplamente alterado, inclusive porque é um
projeto, nada mais do que um projeto. E quero já deixar de forma clara
que jamais vou pedir Regime de Urgência; aliás, nunca pedi Regime de Urgência
para nenhum Projeto de Lei de minha autoria. Nós vamos, até mesmo, se
necessário, estabelecer um seminário, enfim, não há problema nenhum.
Quero
aqui, Ver. Pedro Ruas, lembrar alguns episódios importantes. Petrópolis,
Município serrano do Rio de Janeiro, tem um case extraordinário de
biodigestores para famílias de baixa renda. Eles estão conseguindo sanear a
vida das pessoas, porque não há vida digna sem saneamento básico, com
biodigestores, que é o tratamento individual feito nas vilas pobres do
Município de Petrópolis. Elas estiveram aqui representadas, em março do ano
passado, no Seminário Gestão Sustentável Local, seminário internacional
promovido por nós, Porto Alegre. É obrigatório lá? É claro que não. Há uma
parceria público-privada. Chegou a tal ponto o tratamento de esgoto por
biodigestores que se tornou um case de sustentabilidade, porque ele é
descentralizado, local e ecologicamente correto, sem os bombeamentos
caríssimos. O Socioambiental está custando mais de quatrocentos milhões de
reais. Nós somos favoráveis a ele; não tem como não fazer o Socioambiental, por
um erro histórico da Cidade.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. BETO MOESCH: Ver.
Dib, já lhe darei um aparte. Só quero fazer a conclusão do raciocínio.
É
claro que o Socioambiental tem que existir, mas em virtude de nós lançarmos
todo o esgoto aqui na Ponta da Cadeia. Isso custa muito caro. Com os
biodigestores em Petrópolis o sucesso é tanto, Ver. Mauro Zacher, que os
vizinhos cobram do vizinho o tratamento do seu esgoto, porque isso é Saúde
Pública, isso é qualidade de vida, isso é cidadania. É claro que não é
obrigatório. Então, eu quero trazer esse exemplo também, de que nós não podemos
mais - assim como a Austrália, assim como a Europa, assim como a Argentina,
assim como o próprio Brasil - depender de megaestações de tratamento, que, além
de caríssimas, por si só são ineficazes. Elas são necessárias, mas não por si
só.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Beto Moesch, em
1976, quando deixei a Direção do DMAE, os emissários cloacais da Zona Norte
estavam prontos. Já se queria fazer a estação de tratamento de esgoto, e não
havia possibilidade, porque não havia financiamento; os emissários foram feitos
com recursos próprios. O mais importante em matéria de tratamento de esgoto é a
desvinculação das fossas, porque, até hoje, por onde passa o esgoto cloacal há
casas, prédios, edifícios, lojas que não tiveram a desvinculação da fossa. Isso
é que tínhamos que cuidar de fazer.
O
SR. BETO MOESCH:
Perfeito. Ver. Dib, V. Exª sabe muito melhor do que eu, como engenheiro,
ex-Diretor-Geral do DMAE e ex-Prefeito - também o próprio Ver. Todeschini
colocou aqui -, que a fossa séptica traz um tratamento primário. E o tratamento
de esgoto, Dr. Raul, tem que ser primário, secundário e terciário! Portanto,
fossa séptica não é tecnologicamente correta. Não é! E mais, Ver. Dib, V. Exª
traz aqui uma informação importante: não há um monitoramento dessas fossas.
Então, volto a insistir, a idéia é apenas dizer o seguinte: uma coisa é
exigirmos - e aí a Lei Orgânica está certa - que destinar, oferecer tratamento
de água potável para beber, sim, tem que ser responsabilidade do DMAE; agora, o
tratamento do esgoto doméstico, em certos casos - em certos casos -, quando as
estações estiverem distantes ou quando, tecnologicamente, localmente, assim for
melhor - e já está na legislação estadual e federal -, caberá à iniciativa privada.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Encerrada
a 1ª Sessão de discussão deste Projeto.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 3920/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 171/06, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que altera o art. 2º da Lei nº 3.397, de 2 de julho de
1970, que disciplina o comércio de jornais e revistas nas vias públicas e
outros logradouros públicos, priorizando a concessão de licença para o
estabelecimento de bancas de jornais e revistas a pessoas com idade igual ou
superior a sessenta anos. Com Emenda nº 01 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Engenheiro Comassetto: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto; Relator Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência
de óbice de natureza jurídica para a tramitação da Emenda nº 01 e da Subemenda
nº 01 à Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto, da Emenda nº 01 e da
Subemenda nº 01 à Emenda nº 01;
- da CECE. Relatora
Verª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto, da Emenda nº 01 e da Subemenda
nº 01 à Emenda nº 01;
- da CEDECONDH.
Relatora Verª Maria Luiza: pela aprovação do Projeto, da Emenda nº 01 e da
Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do
Dia em 16-02-09.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Em discussão o PLL nº 171/06. (Pausa.) O Ver. Ervino está com a palavra para discutir o
PLL nº 171/06.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Ver.
Adeli, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da
TVCâmara, eu saúdo a todos.
O nobre colega Ver. Adeli, que preside os trabalhos
no dia de hoje, já deu conhecimento aos Srs. Vereadores a respeito das cinco
Comissões que analisaram o Projeto, as quais se pronunciaram favoravelmente ao
Projeto. O que este Vereador quer com este Projeto de Lei? É um Projeto que dá
preferência às pessoas idosas quando elas quiserem abrir uma banca de venda de
revista ou de jornais; pessoas com sessenta anos ou com idade superior a
sessenta anos.
Caros colegas Vereadores, V. Exas são sabedores de que hoje a pessoa idosa - entre alguns segmentos da
nossa sociedade - é discriminada. E nós sabemos que os valores pagos pela
aposentadoria dos nossos queridos idosos não dão condições sequer, muitas
vezes, de as pessoas comprarem medicamentos. Então, este Projeto de Lei vem
trazer um reconhecimento e
um benefício aos aposentados. Porque, como eu já disse, meus colegas
Vereadores, os nossos velhinhos hoje são discriminados. A gente sabe que, às
vezes, quando uma pessoa com determinada idade vai fazer uma compra, ela já não
tem mais crédito. Vai a determinado lugar, olham a idade da pessoa, e a pessoa
já é colocada um pouco de escanteio. A gente sabe que, infelizmente, aqui no
nosso País, acontece isso. Um dia todos nós vamos ficar velhos, e que Deus nos
dê saúde, que consigamos ter uma idade avançada, sermos velhinhos. Mas
queremos, sim, dignidade, o reconhecimento e um bom tratamento da sociedade.
Este
Projeto vai ao encontro de uma sociedade que, infelizmente, possui alguns
segmentos que discriminam os nossos velhinhos. Então por que não aprovarmos
este Projeto para quando houver algum ponto da Cidade com condições, ou algum
órgão público que tenha condições de liberar uma banca de revista, de venda de
jornais, e beneficiar os idosos, pessoas com sessenta anos de idade ou mais? É
um reconhecimento, eu vejo assim; é um simples Projeto, mas que tem o
reconhecimento desta Casa, com a votação nas Comissões pelas quais passou esse
Projeto, todos os Vereadores e Vereadoras deram parecer favorável. Eu peço o
voto favorável dos queridos colegas Vereadores e Vereadoras para que o Projeto
seja aprovado, assim poderemos contribuir com a dignidade e o reconhecimento às
pessoas idosas. Como eu já disse - claro, dentro da lei, nada disso é fora da
lei -, quando houver alguns locais sob responsabilidade da Secretaria, a
SMIC... Falando em SMIC, eu falo do reconhecimento, do belo trabalho que o
Cecchim - enfim, o grupo técnico, os fiscais da SMIC - está fazendo pela cidade
de Porto Alegre. Então, dentro da normalidade, dentro da lei, vamos votar este Projeto
e vamos dar preferência aos nossos velhinhos, a essas pessoas que tanto fizeram
na sua trajetória, no vigor da sua juventude, do seu trabalho, defendendo com
dignidade o crescimento da nossa Cidade. Nada mais justo, Ver. Pujol, do que
votarmos favoráveis ao Projeto. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Sebastião Melo assume a Presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir o PLL n° 171/06.
O
SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, do que trata
exatamente o Projeto do nobre Ver. Ervino Besson? Trata de estabelecer um
critério socialmente justo para um tipo de concessão que pode, realmente, como
diz o Vereador, fazer uma diferença brutal na vida de um segmento da sociedade
que é discriminado, sim, e que enfrenta dificuldades maiores do que outros.
Apenas
queria fazer, com todo o respeito, Ver. Ervino, dois reparos: um, dizer a V.
Exª que as pessoas com sessenta anos ou mais não são necessariamente velhinhos,
não é Ver. Mauro Pinheiro? Porque vai incluir gente com mais de sessenta anos e
também que não são necessariamente aposentados. Apenas isso.
Com
relação ao Projeto em si, parece-me que ele tem todo o mérito, pois
proporcionar, na disputa pela concessão, prioridade a quem tem sessenta anos ou
mais faz diferença, é importante e deve levar à aprovação do Projeto. Apenas
saliento que também é importante a aprovação da Emenda n° 01, que é do autor do
Projeto. Por quê? E debatia, há pouco, com a Verª Maria Celeste e com o Ver.
Mauro Pinheiro, que essa Emenda de V. Exª, Ver. Ervino, é que estabelece que
não fica a critério do órgão concedente, ou seja, é retirada a palavra
“preferencialmente”, e coloca-se como critério objetivo, definitivo e como
prioridade, e não depende de quem concede.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu querido colega Pedro Ruas,
eu usei a palavra “velhinhos”, mas é o Estatuto do Idoso que nos dá o caminho
para usarmos esse termo. Sou grato a Vossa Excelência.
O
SR. PEDRO RUAS: Está
certo, foi só uma brincadeira.
Registro
que o importante é o mérito, a aprovação do Projeto, e com a aprovação da
Emenda nº 01, porque o “preferencialmente” - dizia bem o Ver. Mauro Pinheiro -
não obriga o poder concedente, e a retirada da expressão, que é o que faz a
Emenda do próprio autor... A Subemenda nº 01, do Ver. Guilherme Barbosa, traz
de volta o “preferencialmente” - e aqui com todo o respeito ao Ver. Guilherme,
amigo pessoal e a quem respeitei muito sempre, politicamente - e não deve ser
aprovada. Aliás, parece-me que tecnicamente, Ver. Sebastião Melo, com a
aprovação da Emenda nº 01, se houver a aprovação do Projeto, subentende-se a
não-votação da Subemenda nº 01. Mas, enfim, somos pela aprovação do Projeto e
da Emenda nº 01, e não da Subemenda. Cumprimentamos o Ver. Ervino Besson pela
iniciativa.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 171/06.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, evidentemente o Projeto de Lei proposto pelo Ver.
Ervino Besson suscita uma discussão da qual a minha participação poderia ser
indevidamente interpretada. Sabidamente eu tenho idade superior a sessenta
anos, e, se Deus ajudar, ainda este ano chego aos setenta. Então, não se trata
de legislar em causa própria, eu até tenho um certo temor... E, se não tomo uma
posição de resguardo e de resistência a este Projeto já, em princípio, é pelo
carinho que tenho pelo Ver. Ervino Besson, meu parceiro de belas jornadas, de
excelente caráter e de um enorme coração. Então, ele deve ter alguns velhinhos
aí que tenham tropeçado na vida, ele estava pensando neles quando propôs este
Projeto de Lei.
Agora,
o Ver. Braz é obrigado vir à tribuna não pela idade, mas porque esse assunto de
banca de jornais ele vem legislando nesta Casa sistematicamente, e são do Ver.
Braz algumas restrições para o aumento de licenças, porque parece que o mercado
já está saturado pelo número de bancas que aqui existem. Então, eu quero dizer
o seguinte: de coração aberto eu entro nesta discussão sem o menor preconceito.
Lá na nossa Restinga, por exemplo, Ver. Cassiá, nós tínhamos uma banca de
revistas; agora temos umas sete, mais ou menos, porque todo o mundo está enfrentando
esta crise desesperadora do desemprego e está procurando, honestamente, ganhar
a vida, e nós sabemos como é importante ter num lugar alguém que ofereça o
jornal, a revista, um informativo, e ele é autoridade para falar sobre isso
muito maior do que eu. Mas nós sabemos que em qualquer mercado regulado a gente
tem que ter o cuidado de não determinar uma excessiva concessão para atuar
nesse mercado, porque acaba por contaminar o mercado, transformando-o negativo
para todo lado. O mercado tem algumas regras, e eu não sou um liberal
desvairado; como liberal eu tinha que dizer: “Olha aqui, libera para todo mundo
que quiser abrir uma banca de revistas”. Mas não é assim; se todo mundo ficar
com liberdade de abrir uma banca de revistas, e a Prefeitura se limitar apenas
a estabelecer a localização - onde fica, onde não fica -, esse mercado vai
ficar de tal maneira contaminado, que deixará de ser uma atividade rendosa para
quem o pratica.
O
Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte?
O SR. REGINALDO PUJOL: Vereador, V. Exª me honra com o seu
aparte, já que o senhor é um dos socialistas mais intelectualizados que conheço
neste País. Só posso ficar honrado com o seu aparte.
O
Sr. Pedro Ruas: Muito
obrigado, Ver. Pujol.
Só
quero registrar que o Projeto do Ver. Ervino Besson está de acordo com uma
linha geral, nacional, e que há modelos internacionais que se traduzem em nosso
País no conhecido Estatuto do Idoso - está dando a prioridade de tratamento
para um segmento de uma faixa etária especial, da qual nós, eu e V. Exª,
estamos longe, é claro!
O
SR. REGINALDO PUJOL: Não
é o meu caso, V. Exª sabe.
O
Sr. Toni Proença: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pujol, só queria lhe dizer
que tem um mérito muito especial o Projeto do Ver. Ervino Besson, porque não
existe nada mais injusto do que tratar de maneira igual gente desigual. Então,
o Projeto em nenhum momento incentiva a proliferação de licenças para bancas, e
sim prioriza quando for concedida a licença a pessoas com mais de sessenta
anos. Muito obrigado.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço
a V. Exª e encaminho o meu raciocínio dizendo que, na minha postura
doutrinária, defendo a igualdade no início, a competição no meio e a igualdade
no fim. Ou seja, igualdade de oportunidade para as crianças; a competição, cada
um pelas suas qualidades deve procurar desenvolver durante o período de vida
útil, e, ao final, a igualdade de direitos novamente. Evidentemente, qualquer
medida que venha para alcançar esse objetivo tem, de mim, a simpatia inicial.
Então, sem o menor risco de ser mal interpretado, até pela minha idade,
eventualmente beneficiário, eu estou vindo à tribuna dizer que é uma matéria
muito profunda, de grande sensibilidade, digna da pena do Ver. Ervino Besson, e
que nós devemos cuidar com a melhor das atenções e com o maior dos entusiasmos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Caro
Presidente, solicito adiamento da discussão do PLL nº 171/06 por uma Sessão,
para que possamos votar este Projeto na próxima quarta-feira, a pedido de
alguns Líderes de Partido. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito a V. Exª que materialize o
Requerimento. Em votação o Requerimento s/nº de autoria do Ver. Ervino Besson,
solicitando o adiamento da discussão do PLL nº 171/06 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Peço, por
gentileza, a compreensão do Ver. Luiz Braz e do Ver. João Antonio Dib, que
estavam inscritos; os seus pronunciamentos sobre a matéria ficarão para a
próxima quarta-feira.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0527/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 016/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua
Leonardo Pellegrini o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 1977.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;
- da CECE.
Relatora Verª Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do
Dia em 16-02-09.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 016/08. (Pausa.) Faço uma ressalva. Como é do
conhecimento de V. Exas, há um bom tempo um Projeto que trata de matéria de nome de rua recebe
parecer favorável de todas as Comissões, ele não vem ao plenário, só vem ao
plenário quando há o Parecer de uma Comissão, que é o caso concreto. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2211/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 069/08, de autoria do Ver. Engenheiro
Comassetto, que institui o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa, a
ser realizado anualmente, no dia 21 de janeiro, que passa a integrar o Calendário
Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE.
Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do
Dia em 11-02-09;
- adiada a discussão por
duas Sessões.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o
PLL nº 069/08. (Pausa.) Não há quem queria discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2728/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 100/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua
Adalberto Severo de Moraes o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua
3042 – Loteamento Campos do Conde –, localizado no Bairro Passo das Pedras.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Verª Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do
Dia em 16-02-09.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 100/08. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2762/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/08, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que inclui, no
Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, o Desfile Cívico
Comunitário, a ser realizado anualmente, no mês de setembro, no bairro
Cavalhada, e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do
Dia em 11-02-09;
- adiada a discussão por
duas Sessões.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 105/08. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 4240/08 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 178/08, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera a ementa e o art. 1º da Lei nº
10.414, de 10 de abril de 2008 – que denomina Rua Élvio Antônio Filipetto o
logradouro público não-cadastrado, conhecido como Avenida 1937, localizado no
Bairro Rubem Berta –, alterando para Avenida Élvio Antônio Filipetto a
denominação desse logradouro.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto;
- da CECE.
Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2º, IV, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do
Dia em 16-02-09.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 178/08. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 4669/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 193/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera a ementa e
o art. 1º da Lei nº 10.352, de 7 de janeiro de 2008, que denomina Rua Fernando
Callage o logradouro público cadastrado, conhecido como Passagem Quintino –
Parque Moinhos de Vento -, localizado no Bairro Moinhos de Vento, alterando
para Passagem Fernando Callage a denominação desse logradouro.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do
Dia em 16-02-09.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 193/08. (Pausa.) Não há quem
queria discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com os votos contrários
dos Vereadores Pedro Ruas e
Fernanda Melchionna.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 5002/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 211/08, de
autoria da Verª Sofia Cavedon, que inclui arts. 3º-A e 3º-B na Lei nº
5.395, de 5 de janeiro de 1984 – que proíbe a contratação de força de trabalho,
em caráter permanente, através de pessoas físicas e de empresas intermediárias
ou locadoras de mão-de-obra –, alterada pela Lei nº 8.319, de 10 de junho de
1999, condicionando o pagamento pela prestação de serviços de limpeza, higiene
e manutenção efetuados nos próprios do Município por cooperativas de trabalho e
determinando que o Executivo Municipal lhes exija equipamentos de proteção
individual – EPIs – dos cooperativados. Com Emendas nos
01 e 02.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observações:
- adiada a discussão por
uma Sessão;
- incluído na Ordem do
Dia por força do art. 81 da LOM, em 16-02-09.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
discussão o PLL nº 211/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação.
(Pausa.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr.
Presidente, eu não vou discutir. A matéria é muito complicada para ser votada
sob a égide do art. 81, e, como a autora não está presente, eu requeiro o
adiamento por cinco Sessões, para que todos possam estudar a matéria, que
realmente é importante, mas não tem um Parecer.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Em votação o Requerimento do Ver. João Antonio Dib, que solicita adiamento da
discussão do PLL nº 211/08 por quatro Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 3239/08 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 028/08, de autoria do Ver. Beto Moesch, que estabelece a compra de papel
reciclado em proporção mínima sobre a totalidade de papel adquirido para os
materiais de expediente da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Observação:
- incluído na Ordem do
Dia por força do art. 81 da LOM, em 16-02-09.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
discussão o PR nº 028/08. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação.
(Pausa.)
O
SR. BETO MOESCH (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito o adiamento, V. Exª mesmo já havia colocado. Só lembrando
que a Prefeitura já compra 50%, e já temos de Vossa Excelência... Não há por
que apressarmos a matéria. Peço adiamento por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Esta matéria
está pendente, aguarda parecer de setores da Casa. Espero, até a próxima
Reunião da Mesa, já estar com isso concluído.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
nº 103/08 – (Proc. nº 6549/08 – Verª Sofia Cavedon) – requer a
constituição da Frente Parlamentar pelo Piso Salarial Profissional do
Magistério. (Incluído em 16-02-09.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº 103/08, de autoria da
Verª Sofia Cavedon.
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Estamos
pedindo, devido à ausência da Vereadora neste momento, adiamento da votação por
uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o
Requerimento da Verª Maria Celeste que solicita adiamento de votação do
Requerimento nº 103/08 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 017/09 – (Proc. nº 0619/09 – Ver.
Adeli Sell) – requer
Moção de Apoio ao retorno do Fórum Social Mundial ao Município de Porto Alegre.
(Incluído em 16-02-09.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº 017/09, de autoria do
Ver. Adeli Sell. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar
a votação do Requerimento de sua autoria.
O SR. ADELI SELL: Vereador Melo,
colegas Vereadores e Vereadoras, parece um negócio redundante, porque, quando
ouço, todo o mundo fala a favor, mas nos bastidores aparecem verdadeiras
barbaridades, Ver. Nilo Santos, de lado a lado; é a velha grenalização de Porto
Alegre: “Ah, isso é culpa do PT!”, ou “Isso é culpa do Fogaça!”. Olha, não vou
entrar mais nesse debate, eu só quero uma coisa: unir Porto Alegre de ponta a
ponta para que tenhamos de volta o Fórum Social Mundial, aí vamos ver o Governo
do Município no que vai ajudar, o Governo do Estado no que vai ajudar, e o
Governo Federal no que vai ajudar. Eu quero o Fórum Social Mundial de volta!
Sei que a Verª Fernanda deve falar disso, porque esteve recentemente - e eu só não
fui por um conjunto de atividades aqui - lá no Belém do Pará, mas provavelmente
os Governos locais ajudaram. Então, não vou entrar nesse jogo, uma velha
disputa que começou aqui dentro, de um tempo para cá, de achar culpados.
Eu acho que ninguém pode ser contra o Fórum Social
Mundial, porque nós fomos apoiar, estivemos lá, mobilizamos - lembrem que eu,
que sou da oposição, fui escalado pela Mesa para discutir e encaminhar junto à
Prefeitura o Congresso das Cidades. Nós tivemos Sessões na Câmara, inclusive me
solicitaram que alguns dos presentes viessem ter uma conversa especial conosco.
Lembro que esteve lá o Professor Márcio Pochmann, de quem falei antes aqui,
professor do IPEA; agora há mais uma razão - não deve ter custos para nós -
para trazê-lo para conversar conosco: a crise. Mas, se me propuserem outro
nome, outra instituição, eu estou disposto a ouvir. Por exemplo, se o Ver.
Pujol me garantir um economista do Democratas que venha discutir a crise, eu
não vou perguntar se é filiado ao Democratas ou não, eu quero saber se entende
do assunto, se está disposto a discutir sem aqueles passionalismos: tudo o que
foi do passado está errado, tudo o que é do outro está errado...! O Fórum
Social Mundial é muito importante!
O Lula foi - não nesta última vez - ao Fórum de
Davos. Eu tenho a minha opinião sobre o Fórum de Davos, mas o Brasil, as
instituições, os economistas vão e discutem nos fóruns. Aqui se faz o Fórum da
Liberdade. Algum problema? Claro que há pessoas como o Olavo de Carvalho - que
não faz o meu gosto político-ideológico - que vão lá falar, mas vou ouvi-lo; se
ele vier de novo, provavelmente ele vai me dar condições de escrever um artigo
questionando as suas posições, porque eu as conheço, porque leio os seus
artigos nos jornais.
O
que nós queremos é o debate real, concreto. Hoje na Mesa se discutiu: a nossa
Escola Legislativa vai fazer uma discussão sobre o Orçamento Participativo!
Afinal de contas, existe há vinte anos! E vamos discutir se é bom, como tem que
ser. Agora se levanta, por exemplo, se vai ser de dois em dois anos ou de ano
em ano. O que é bom tem que ser defendido! O viés político-ideológico? Bom, aí
cabe a disputa política! Milhares de pessoas que virão para Porto Alegre
deixarão aqui euros, dólares, reais, pesos para a economia local! É desenvolver
esta Cidade sob o ponto de vista do turismo de eventos, o turismo de negócios!
É uma barbaridade, estamos perdendo eventos para - nada contra, porque acho uma
cidade maravilhosa - Bento Gonçalves. Nós estamos levando um “banho” da Serra gaúcha!
Então, não é só uma questão do Executivo Municipal; um Legislativo tem de ter
opinião! E eu espero que este Legislativo, de forma uníssona, sem a
agremialização costumeira, vote “sim”: os 36 Vereadores querem o Fórum Social
Mundial de volta para Porto Alegre! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver.
Adeli Sell.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de nº 017/09.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
eu até acho que vou votar favoravelmente a proposta do nobre Ver. Adeli Sell.
Porto Alegre tem a glória de ter realizado o Fórum Social Mundial, que saiu
daqui e foi para a Índia; da Índia veio para Belém do Pará, custou uma centena
de milhões de reais para o Governo Federal. Os resultados foram magníficos. O
mundo cresceu depois do Fórum Social Mundial.
Eu até me lembro em 2003, eu era Presidente da
Câmara: o Fórum Social Mundial se realizava aqui, e a fila de turistas trazida
pelo Fórum era uma coisa impressionante; no restaurante popular aqui da Câmara,
às três e meia da tarde, ainda havia fila de turistas. E eles se banhavam
também ali nos sanitários da Prefeitura. Mas não tem problema nenhum, o Fórum
Social Mundial é maravilhoso, e eu vou dizer que, com a voz forte da Câmara
Municipal de Porto Alegre, ele vai vir! O Prefeito não conseguiu. Os outros
Prefeitos antes deste também não conseguiram! Mas a Câmara vai pedir, e o Fórum
Social Mundial vai se realizar em Porto Alegre. E aí nós vamos ter os turistas
de novo. É uma idéia boa. Se é tão boa, deixa o mundo usufruir dela, nós vamos
lá ao encontro do Fórum Social Mundial. Mas eu vou ajudar o Ver. Adeli Sell com
a minha voz forte, a minha voz de Vereador, pode ser que eles até tremam lá e
façam o Fórum Social Mundial voltar a Porto Alegre!
O meu amigo Ver. Haroldo de Souza está dizendo que
eu não devo fazer isso. E eu sempre acredito no Ver. Haroldo de Souza. Já me
deixaram em dúvida agora, porque a matéria é realmente relevante! A Secretária
da Governança Local foi lá para trazer o Fórum de volta e não foi nem ouvida.
Porque, para cá, o Governo Federal não botou dinheiro para fazer o Fórum Social
Mundial; para lá - a
Governadora é do PT, o Prefeito também é do PT - acho que foram cem milhões de
reais. Então, realmente, eu não vi nenhuma coisa boa trazida para Porto Alegre,
a não ser a fama de ter realizado o 1º Fórum Social Mundial, isso é importante.
Ele pode ser aprimorado, e ele tem que ser aprimorado em diferentes locais e,
um dia, talvez voltar para cá. Então, realmente, vou ter que ficar com o Ver.
Haroldo de Souza, vou ter que discordar do meu amigo Ver. Adeli Sell, não posso
atender os dois; então, vou votar contra.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 017/09.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
Ver. Adeli Sell, no que me diz respeito, V. Exª tem uma vantagem: eu não falei
com o Ver. Haroldo de Souza antes. Eu venho com a idéia que anteriormente V.
Exª tinha me provocado ao apresentar a proposta. Acho que nós temos que
entender o seguinte, e essa é a posição de quem nunca, em nenhuma das outras
edições do Fórum, foi partícipe direto: da mesma forma que reivindico o direito
de que continue sendo realizado aqui em Porto Alegre o Fórum da Liberdade, do
qual participo intensamente, acho que seria um erro daquele que se opõe à nossa
linha de pensamento evitar que aqui se realizasse esse Fórum. Eu digo que, se
depender deste modesto cidadão, momentaneamente investido da Vereança
municipal; se for da nossa opinião, se a nossa opinião decidir, está decidido,
Ver. Adeli Sell: vai sair aqui o Fórum Social Mundial.
Nós
sabemos, e V. Exª melhor do que nós, que isso depende de uma série de
circunstâncias, e que uma decisão da Câmara Municipal no sentido favorável pode
e deve ajudar muito numa eventual decisão nesse sentido. O Ver. João Antonio
Dib, ex-Prefeito da Cidade, ex-Presidente da Casa, diz, com muita propriedade,
que isso depende muito de saber onde o Governo Federal está disposto a colocar
recursos. Pelo que ouvi do Ver. Dib, a nossa ex-colega Clênia Maranhão
veio frustrada de Belém, pois não conseguiu resultado positivo na tarefa que
lhe foi delegada. Isso não impede que se modifique essa decisão. Certamente, o
que vai vigorar, Ver. Dib, será a opinião do Presidente da República e do seu
grupo de apoio político. Se eles disserem que colocam dinheiro em Canoas, o
evento será realizado em Canoas; se eles disserem que vai ser em Porto Alegre,
será em Porto Alegre, ou em Belo Horizonte, ou em Recife. Se eles disserem que
não colocam dinheiro, não vai ser realizado em Porto Alegre; será no Brasil, e
vai para outro lugar. Já tentaram colocar noutro lugar, mas não tiveram grande
sucesso. Agora, se vier para cá, boa vontade nós devemos ter, até com aqueles
que vêm se banhar aqui na Câmara Municipal, porque aqui é uma Casa democrática
e podemos ajudar na limpeza geral. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
017/09.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
eu acredito que tudo aquilo que é patrocinado com o dinheiro público deve ser,
realmente, público e muito democrático. O Fórum Social, todas as vezes que foi
realizado aqui, na época do Governo petista, recebeu dinheiro público, mas ele
não foi democrático; ele foi excludente. As pessoas que não pertenciam aos
Partidos políticos amigos do PT não podiam participar. A juventude do meu
Partido tentou participar e foi expulsa do Fórum Social Mundial, não pôde
manifestar seu pensamento. Então, realmente, acho que alguma coisa tem de
mudar, Verª Fernanda. Também a barraquinha onde as pessoas podiam se drogar não
pode ser assim tão democrática, Ver. Pedro Ruas! Acho que nós não podemos
incentivar a nossa juventude a consumir drogas, mesmo em nome do Fórum Social
Mundial. Então, acho que isso, Ver. Haroldo, tem que ficar de lado. Acho que
tem que ser mais democrático, não pode receber dinheiro público, porque, afinal
de contas, o Município sempre apoiava com dois milhões de reais a iniciativa, e
agora o Governo Federal entrou com oitenta milhões de reais para a realização
do Fórum.
E
eu só gostaria de saber, Ver. Nagelstein: o que é que foi discutido não somente
neste Fórum, mas também nos outros que foi realizado aqui em Porto Alegre, que
veio em proveito da sociedade? Eu queria que me dessem só um item, não precisa
ser mais do que um, um item desses que foi discutido no Fórum Social Mundial e
que veio em proveito da sociedade, porque, afinal de contas, o Poder Público
gastou “dinheiro grosso” para a realização desse fórum de exclusão; foi gasto
muito dinheiro para que esse fórum de exclusão pudesse ser realizado aqui. E no
realizado no Nordeste também se gastou muito dinheiro: foram oitenta milhões de
reais só do Governo Federal. Aqui, foram dois milhões do Governo Municipal.
Então, eu gostaria de saber, realmente, qual foi o assunto discutido durante o
Fórum que veio em proveito da sociedade; um só, porque até agora eu não
conheço, pelo menos nos itens que foram discutidos aqui, quando o Fórum foi
realizado em Porto Alegre, nada que tenha sido colocado em prática e que tenha
ajudado a sociedade a ter uma convivência melhor.
Então,
eu acho que o Ver. Adeli coloca uma proposição exatamente dentro daquilo que é
o seu pensamento, e acho que é muito válido que o Ver. Adeli faça essa proposta
para a Casa. Retirando todos esses fatores, Ver. Adeli - as drogas nas
barracas, o dinheiro público em profusão e a falta de democracia dentro do
Fórum -, eu sou favorável. Não pode ser da forma como foi no passado, sem
democracia, com muitas drogas e com muito dinheiro público. Porque, claro, Ver.
Nagelstein, se os Governos resolverem colocar aqui cem milhões de reais no mês
de janeiro, você não precisa do Fórum Social Mundial! Você coloca qualquer evento
e vai atrair muita gente para cá, porque você vai gastar cem milhões de reais
para atrair pessoas. Agora, colocar praticamente cem milhões para que os jovens
possam se drogar, para que não haja democracia e para que as pessoas possam
fazer de conta que estão discutindo os assuntos da sociedade, realmente acho
que não dá, e essa era a linha antiga do Fórum.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 017/09.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria,
primeiramente, registrar, em nome do meu Partido, o PSOL, o encaminhamento de
apoio, a nossa posição favorável à Moção apresentada pelo Ver. Adeli Sell.
Quero dizer que o apoio do nosso Partido se deve não apenas sob o ponto de
vista do turismo, ainda que ele deva ser considerado porque ajudou a
desenvolver economicamente a cidade de Porto Alegre, mas, sobretudo, a uma
visão ideológica da importância do evento e de ele ter nascido na cidade de
Porto Alegre em contraposição ao Fórum de Davos, que reunia - e o evento nasceu
no ano de 2001 - os países mais ricos e os grandes empresários capitalistas do
mundo, como a gente citou no relato do Fórum Social Mundial, para debater as
matérias importantes para os países ricos. E os movimentos sociais, as
entidades, os lutadores resolveram formar, no ano de 2001, um fórum de
contraposição dos países pobres, subdesenvolvidos, daqueles que, mesmo
moradores em países mais ricos, sabem das contradições, da injustiça, da
perversidade do sistema capitalista, eles decidiram apoiar as vozes dos
movimentos sociais. E o Fórum nasceu aqui na cidade de Porto Alegre.
Quero
dizer que talvez o Ver. Luiz Braz não tenha ouvido o nosso relato; talvez, pela
sua posição ideológica, não tenha participado dos eventos do Fórum Social
Mundial na cidade de Porto Alegre, mas eu não tenho dúvida da importância do
Fórum e desses espaços que nós fizemos aqui, em 2001, para criticar a lógica da
desregulamentação da economia, da privatização dos serviços públicos, da
entrega do meio ambiente para exploração irracional, para criar uma alternativa
política daqueles que sempre foram excluídos socialmente, daqueles que poucas
vezes têm voz, inclusive na Câmara de Vereadores, na Câmara Federal e na
política nacional, porque lhes são tolhidos os direitos de participação
democrática. Inclusive, há Vereadores que acham que as manifestações sociais,
talvez uma das poucas formas que a população tem de se manifestar, são badernas
e arruaças. Mas, nesse momento, se construiu o Fórum Social Mundial para
contrapor essa lógica.
Em
2002, nós tivemos o prazer, aqui na cidade de Porto Alegre, de debater a guerra
do Iraque, a guerra imperialista para tirar o petróleo do Oriente Médio, uma
guerra que até hoje não está resolvida: os iraquianos ainda sofrem com as
tropas de ocupação ou de invasão dos Estados Unidos, tema inclusive da eleição
do Obama. E nós tivemos a oportunidade de criar, em fevereiro, um dia nacional de
mobilização, que teve repercussões em vários países do mundo - na Índia, na
França, no Paquistão, no Brasil -, para aqueles que são contra a guerra e a
favor de uma paz justa.
No
ano de 2005, ainda, aqui ao lado, no Parque Harmonia, tivemos a oportunidade de
debater a mercantilização da educação e a defesa da universidade pública e da
ampliação dos direitos da população no acesso ao Ensino Superior gratuito de
qualidade socialmente referenciado. Com mais de setecentos estudantes, fizemos
esse debate, que teve uma repercussão importantíssima, tanto para nós aqui em
Porto Alegre, no movimento estudantil, como mundialmente.
Agora,
em 2009, tivemos a oportunidade de participar do Fórum, e talvez alguns
Vereadores não tenham prestado atenção ao nosso relato. Eu acho que foi um
evento fundamental para debater o problema da crise econômica que atinge em
cheio os trabalhadores e os povos do mundo inteiro. Se a gente olhar
atentamente o jornal desta semana, vamos ver a catástrofe do desemprego em
vários países do mundo, inclusive no Brasil, mas também há os dados dos Estados
Unidos, da Islândia, de outros países. E o Fórum teve justamente esta marca: de
debater que os trabalhadores não podem pagar a conta da crise econômica gestada
pelos grandes, pelos especuladores financeiros, pelos grandes banqueiros, e
tiramos um calendário mundial de mobilizações nesse sentido.
Também
debatemos o problema do desmatamento desenfreado da Amazônia, a importância da
juventude frente a esse cenário mundial, como também houve debates em diversos
segmentos, que estão no Relatório que apresentaremos à Casa, sobre a luta das
mulheres, sobre a luta dos indígenas, sobre a luta contra a discriminação
racial.
Portanto,
eu fiz esta intervenção para defender a importância política do Fórum Social
Mundial. Nós nos colocamos a favor do Requerimento do Ver. Adeli.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Verª Fernanda.
O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 017/09.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, como muitos já sabem, eu fui
o primeiro Vereador de oposição, em 1989 - repito, na oposição -, que defendia
ferrenhamente a instituição, em Porto Alegre, do Orçamento Participativo. Por
longos anos, por muitos anos, eu atuei no Ministério da Fazenda, depois atuei
na Secretaria da Fazenda, na área em que nós definíamos o Orçamento da União
para o Rio Grande do Sul e do Estado do Rio Grande do Sul, posteriormente, em
gabinetes. E eu defendia - ainda defendo - a importância da participação
popular. Hoje isso me parece uma unanimidade - na época não era, havia uma
oposição ferrenha a isso -, é positivo para qualquer cidade ouvir as
comunidades para a elaboração do projeto de Orçamento.
Da
mesma forma fui, e continuo sendo, defensor da idéia preliminarmente de que
Porto Alegre precisa ser um pólo de atração de eventos - seja de esquerda, de
centro, de direita - econômicos, culturais, políticos, sociais. Se assim
entendo, também compreendo como extraordinariamente positivo Porto Alegre
sediar o Fórum Social. Em primeiro lugar, há essa idéia de Porto Alegre ser uma
referência na presença de eventos. Dentro desse viés, dessa visão, eu acredito
que não haverá e não há Vereador contrário a esse tipo de posição. A partir daí
vamos, agora, à proposição do Ver. Adeli Sell com referência ao Fórum Social
Mundial. Um evento que traz a Porto Alegre dezenas de milhares de pessoas de
diferentes países do mundo precisa da nossa atenção toda especial!
Meu
amigo, Ver. Luiz Braz, V. Exª falou dos oitenta milhões de reais que o Governo
Federal encaminhou ao Fórum Social lá de Belém do Pará. Ora, bastaria apenas
uma avaliação: o que são oitenta milhões de reais para o Fórum em relação aos
bilhões de reais que se levou à iniciativa privada para ela se safar de uma
ação equivocada, para dizer o mínimo, ocorrida lá nos Estados Unidos? Eu não
estou aqui criticando o levar bilhões de reais para as empresas, eu estou
dizendo que são poucos os recursos federais quando se trata da grandiosidade do
tema que é o Fórum Social Mundial em termos daquilo que ele representa para o
conjunto de nações.
Também
não sou contra o Fórum Mundial de Davos. Lá é econômico, aqui é social. Pois
que se faça lá o Fórum econômico e que se traga para cá o Fórum Social Mundial.
São dois eventos que referenciam posições opostas, mas que se unem em termos de
resultados. De um lado, buscam-se relações internacionais econômicas, pensa-se
no econômico; e Porto Alegre precisa ser - porque é reconhecida em termos
internacionais - uma referência social.
Então,
acredito que nesses termos é possível que todos nós nos unamos à posição do
Vereador e votemos favorável. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
Ver. DJ Cassiá está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
017/09.
O
SR. DJ CASSIÁ: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, demais presentes
nesta Casa, eu quero me juntar aos demais colegas em apoio ao Fórum, até mesmo
porque ele já deixou uma marca e levou adiante o nome da nossa Capital. E fazia
uma pergunta a mim mesmo, estava sentado ali, quando ouvi o colega falar dos
oitenta milhões, dos cem milhões: será que não teria como, nesses oitenta
milhões, nesses cem milhões que são gastos no Fórum, incluir a Cultura e a
Educação? Será que não daria, Ver. Dr. Raul, para incluir nesses oitenta
milhões, nesses cem milhões do Fórum, ao qual eu sou a favor, no mínimo dez
centros culturais dentro das nossas comunidades carentes? Eu quero fazer aqui -
repito, sou a favor do Fórum - um apelo à Bancada do Partido dos Trabalhadores:
que inclua, nesses oitenta milhões, cem milhões - eu não sei o valor correto -,
investimentos, nem que seja em cinco, dez centros comunitários. Por que eu falo
nos centros comunitários, Ver. Dr. Raul? Porque é lá, é lá, é lá que nós
precisamos fazer o debate maior, é para lá que nós temos que levar o maior
centro de discussão.
Eu
vou falar uma coisa para os senhores: o meu português é totalmente distorcido,
o meu português é totalmente falhado, mas eu falo da necessidade. Ninguém
melhor para dizer da dor do que aquele que já sentiu a dor: a dor de não ter
espaço, a dor de sentir vontade de um dia, Ver. Valter, ter uma oportunidade,
de ter o seu nome incluído numa lista, Ver. Dr. Raul, de uma faculdade. Mas
para isso é preciso o quê? Aplicar dinheiro numa educação de qualidade. Só
assim o filho do Seu João vai deixar de ser um admirador daqueles que conseguem
chegar ao patamar do seu diploma.
Por
falar em diploma, quero dizer aos meus colegas que sou formado e tenho
pós-graduação na vida, porque o que me trouxe a esta Casa não foi o diploma,
foi a minha vida, a minha vivência do dia-a-dia, vendo uma mãe amarrando um
filho à perna de uma cama, pedindo socorro para salvar o seu filho, porque não
tem mais saída, porque o custo da recuperação de um jovem que está aprofundado
no crack é de mil a dois mil reais por dia! Claro, essa mãe não tem
condições nem de comprar um leite, quanto mais de recuperar o seu filho.
Repito
aqui, Ver. Tarciso: sou a favor do Fórum, sou totalmente a favor do Fórum; o
Fórum tem que voltar para cá. Mas eu gostaria que, nesses oitenta, cem, cento e
cinquenta milhões para o Fórum, fossem incluídas as nossas crianças, que
precisam de esporte, lazer e educação de qualidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Obrigado, Ver. DJ Cassiá.
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 017/09.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO:
Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Toni Proença; colegas Vereadores,
Vereadoras, senhoras e senhores; venho aqui em nome da minha Bancada, o Partido
dos Trabalhadores, obviamente declarar o voto favorável à Moção do companheiro
Ver. Adeli Sell, que está propiciando este debate.
Temos que separar este debate em dois grandes eixos:
um, que é o estrutural; e outro, que é o conceitual e ideológico, sim. Quando o
Fórum Mundial foi concebido, constituído e capitaneado, em 2001, ainda pela
Administração Popular, existia, de todos os Partidos de oposição de Porto
Alegre e do Rio Grande do Sul, uma oposição ferrenha quanto à sua implantação
aqui na cidade de Porto Alegre. Portanto, Ver. Luiz Braz, temos que agregar isso
a este debate. O Fórum Social Mundial colocou Porto Alegre no cenário mundial
como uma referência, Ver. DJ, para que o mundo pudesse discutir qual é o papel
dos excluídos, para que não sejam eternamente excluídos. Aconteceu aqui em
2001, 2003 e 2005; foi para a Ásia, foi para a África, para a América Latina,
lá na Venezuela, e voltou ao Brasil. Temos que dizer aqui, sim, que
recentemente o Governo Municipal se fez presente e se pronunciou, oficialmente,
a favor de novamente sediar o Fórum Social Mundial em Porto Alegre.
Mas é esse o propósito e
os princípios a que o Fórum Social Mundial se propõe, ou seja, trazer, à luz
dos excluídos e dos países emergentes, qual é o seu papel na humanidade, qual é
o seu papel na defesa deste Planeta, que está caminhando para a sua
autoderrocada na destruição dos recursos naturais e, por intermédio do modelo
neoliberal, concentrando renda e excluindo, cada vez mais, os excluídos. É isso
que temos que discutir aqui. Conceitualmente, muitos que defendem o modelo
neoliberal fazem uma nuvem para não entrar na discussão conceitual. Porto
Alegre agradeceu e agradece, sim, do ponto de vista da sua qualidade de
infra-estrutura urbana. Perguntem ao sistema de turismo e aos hoteleiros de
Porto Alegre, que tiveram, nos três Fóruns, cem por cento da capacidade da
Região Metropolitana ocupada, que tiveram uma referência mundial de Porto Alegre,
que se firmou, no mundo, como a Capital que propôs a discussão do contraponto
ao fórum neoliberal.
O Fórum Social Mundial tem
que ser valorizado, sim, cada vez mais; e, cada vez mais, vir a cumprir este
papel: para onde a humanidade terá de seguir? Qual é o novo modelo que terá que
ser implantado? Porque o neoliberalismo e todos aqueles defensores do Estado
Mínimo - de que não é mais preciso o Estado - estão lá com as suas bolsas
pedindo dinheiro para o Estado para continuarem a sobreviver. Essa é a essência
que o Fórum Social Mundial - concluo, Sr. Presidente - apontou. E o Governo
brasileiro aplica muitos dos princípios, sim, do Fórum Social Mundial, dentre
eles a distribuição de renda - gerar riqueza e distribuí-la. Portanto, nós
precisamos, por unanimidade, apoiar esta Moção e lutar a fim de que todas as
autoridades municipais, inclusive a autoridade estadual, se pronunciem
publicamente para que o Fórum volte ao seu berço: Porto Alegre. Viva o Fórum
Social Mundial! A luta é de todos que querem um novo modelo.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Engenheiro Comassetto.
O
Ver. Elias Vidal está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 017/09.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos
assiste tanto pela televisão como aqui nas galerias, venho a esta tribuna, em
primeiro lugar, para dizer que sou a favor do Fórum Social Mundial, ponto. Não
tenho como ser contra, sou a favor. Porém precisamos fazer algumas reflexões
quanto ao conteúdo do Fórum Social. É inegável que há um aspecto positivo com
relação à vinda de pessoas de outros lugares do mundo e de todo o Brasil para
um evento desse porte. Com certeza, para Porto Alegre seria extremamente
positivo. Mas eu fico aqui fazendo os meus cálculos: estão falando aí que
gastaram oitenta milhões de reais no último Fórum Social. Oitenta milhões de
reais é muito dinheiro! Será que, se fossem gastos esses milhões em algum
programa definido, direto, o resultado de inclusão não seria maior e melhor?
Foram oitenta milhões reais, e já ouço falar em cem milhões de reais - será que
é tudo isso mesmo?
Outro
detalhe: qual o impacto deixado pelos Fóruns Sociais realizados aqui? Qual a
diferença? O que aconteceu de bom na vida do cidadão que está lá na ponta?
Precisamos fazer uma reflexão sobre isso. Agora, quando se fala em grandes e
megaeventos, acho que precisamos, primeiro, fazer o nosso dever de casa;
precisamos arrumar a casa, primeiro. Falou-se no Pontal do Estaleiro, no Projeto
do Grêmio, no Projeto do Inter, falou-se em dar infra-estrutura à Cidade,
trazendo grandes e médios eventos para a Capital. E eu tenho perguntado, e
falei nos últimos dias, sobre o que Porto Alegre tem para mostrar, o que tem
para atrair os visitantes. Disse que Porto Alegre é uma cidade linda, bela, com
grande potencial, mas não a exploramos como deveríamos. Disse que, muitas
vezes, quando as pessoas vêm nos visitar, somos obrigados a levá-los para
outros lugares. Não estou falando aqui na questão da nossa Secretaria do
Turismo.
Até
acho que este Governo está fazendo muito, é só ver que os camelôs foram
retirados do meio da Cidade, destrancando a Cidade, as suas calçadas, as suas
ruas. A Cidade está aberta, oxigenada. Você dá uma aparência, uma visão melhor
da Cidade para aqueles que aqui vivem e aqui vêm. Ninguém vai querer me
convencer - o Ver. Haroldo de Souza, por exemplo, que viaja por causa do seu
trabalho, dos jogos - que, chegando numa cidade cheia de tranqueira nas ruas,
de gente fazendo um comércio ilegal nas calçadas - comércio ainda por cima
ilegal -, isso seja uma boa aparência, que seja uma coisa boa para os olhos.
Isso é uma grande poluição. Então, precisamos de uma Cidade ordenada,
organizada. Primeiro, temos de fazer o tema de casa, temos de ajudar o nosso
turismo interno, o nosso poder de atração de turistas.
Quando
se fala no Pontal do Estaleiro, que sou a favor, fala-se da possibilidade de
trazer outros eventos para cá, tornando a Cidade mais agradável, uma cidade com
opção de lazer, porque nós temos barzinhos, barzinhos, barzinhos... E temos o
Morro Santa Tereza! Barzinho é coisa boa, Ver. Brasinha, temos que ter
barzinhos, mas temos que ter uma boa qualidade de orla, eu não sou contra os
barzinhos. Estou dizendo que é tudo de bom que nós temos. Temos aquele nosso
ônibus que sai mostrando a Cidade, mas eu gostaria que aquele ônibus saísse,
que é um programa espetacular da Secretaria de Turismo, e o Secretário tem
feito o melhor que pode, está fazendo “das tripas o coração” para tentar atrair
e montar algo que não é trabalho do Secretário de Turismo, grande parte disso é
de nossa responsabilidade como Vereadores e do Executivo.
E
a pergunta é: estamos fazendo o nosso tema de casa, dando realmente
infra-estrutura? Não uma infra-estrutura paliativa, não abrindo campo e botando
barraca com taquara e alguns canos, e as pessoas tomando banho até peladas no
meio da Cidade, isso aí não é segredo para ninguém! Isso não é infra-estrutura
de turismo, isso não é infra-estrutura! Infra-estrutura de turismo vai além,
vai muito mais do que isso. Precisamos fazer o nosso tema de casa. Sou a favor,
sou a favor do Fórum Social Mundial, sou a favor! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 017/09.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Viva
o Fórum Social Mundial! E viva a Vila Chocolatão! É, eu acho que nós devíamos
nos envergonhar às vezes. O Ver. Adeli Sell é muito perspicaz e colocou um
assunto, realmente, de grande importância nesta tarde. E o Ver. Luiz Braz
esteve aqui e fez esta pergunta: “O que o Fórum Social Mundial deu a Porto
Alegre?”, Nós aparecemos para o mundo? “Ah! Porto Alegre é uma cidade social”.
Mas tem a Vila Chocolatão, o Fórum não resolveu.
Vejam
a contraposição, a presunção nossa: “Pobres coitados com o Fórum de Davos”. Mas
o que é isso? Nós vamos estabelecer uma briga com os ricos para dizer que somos
pobres excluídos e que precisamos de serviço?! Nós precisamos é fazer. Agora,
não é gastando o dinheiro público, Ver. Luiz Braz, que vamos conseguir atingir
os nossos objetivos sociais. “Vamos fazer o Fórum Social Mundial em Porto
Alegre”, e daí? Alguém pode vir a este Plenário nos dizer o que é que o Fórum
Social Mundial resolveu depois que foi feito aqui em Porto Alegre em 2001?
Alguém pode vir aqui? Não virá! Porque nós não temos. Os próprios hotéis
afirmaram que a maioria daqueles que estiveram em hotéis foram pagos por
alguém: pelo Poder Público, por uma ONG, por uma entidade qualquer, mas não
trouxeram, no paradoxo que até o Ver. Valter Nagelstein determinou, o turismo
movimentado pelo capitalismo. Claro! É o dinheiro, capital, capitalismo e o
Fórum Social Mundial, turismo aqui.
Então,
não adianta, e alguém veio aqui e disse, acho que foi o Ver. Comassetto, que o
Planeta está atravessando momentos de radicais transformações. Está sim! Mas
não é nos Fóruns Sociais, é na cabeça de cada um de nós! O Planeta está
atravessando, sim, este momento, porque nós dos Parlamentos do mundo fazemos de
conta que estamos fazendo. Ou não? Há quinze dias uma vila popular de Porto
Alegre, distante desta Casa não mais que duzentos metros ou trezentos metros,
pegou fogo. Fomos todos lá! Todos estiveram lá! Eu, inclusive, fui lá antes,
durante e estou indo depois. Vou repetir: eu tenho retirado dali alguns
papeleiros encaminhando para cursos, encaminhando para empregos. Eu achei
torneiro-mecânico dirigindo os carrinhos, eu encontrei mecânico de
primeiríssima qualidade ali, agora eles estão empregados, isso é o que tem de
ser feito, e não o Fórum Social Mundial.
Nada
contra se queimar fumo, numa boa, mas não com o meu dinheiro! Quer fazer a tua
festa? Faz. Mas não com o meu dinheiro, numa boa! Pode fazer o Fórum Social
Mundial, pode fazer o Fórum Social não sei de quê mais, vocês podem imaginar o
quê, mas com dinheiro próprio. Arrecadem de seus Partidos, o Fórum Social
Mundial é um filhote do Partido dos Trabalhadores, convenhamos! E, se eu era
contra naquela época, porque era oposição; hoje eu sou contra também, mesmo
sendo da situação. Quem está falando aqui é o Ver. Haroldo Joaquim de Souza,
não é o Líder do PMDB, mesmo porque o Prefeito Fogaça demonstrou interesse em
que o Fórum Social Mundial venha para cá, mas o Fogaça é o Fogaça, o Haroldo
Joaquim de Souza é o Haroldo Joaquim de Souza, é este que está falando aqui,
porque o Haroldo de Souza da Bancada também já sabe como é que é, porque é
assim!
Eu
quero chamar a atenção de vocês para um assunto: os Parlamentos, no mundo,
estão fingindo que fazem, mas não fazem. Há quinze dias um grupo de moradores
aqui do Chocolatão está pedindo socorro, e o que é que nós fizemos, realmente,
de verdade, por eles? O que é que nós fizemos por eles, do Chocolatão, depois
do incêndio? Eles continuam ali, as crianças no meio... Desculpem-me, não vou
usar o termo. É possível isso? E nós, há três horas, falando do Fórum Social
Mundial. Muito bem, quem sabe amanhã a gente fala dez minutos sobre a Vila
Chocolatão e encaminhemos soluções para ali.
Mas
é evidente que eu sou contra o Fórum Social Mundial, como também sou contra o
de Davos, lá porque não posso entrar e aqui porque eu não criei esse
fantasminha. E, por favor, não me venham dizer que isso é bom para a cidade de
Porto Alegre; cada um tem a sua opinião, cada um forma o seu bloco; o meu bloco
é do eu sozinho. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Haroldo de Souza.
O
Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 017/09.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: Caro
e ilustre Presidente, eu quero, em nome da Bancada, fazer um encaminhamento
positivo a este Projeto do Ver. Adeli Sell, principalmente porque a gente
acredita que esse espaço realmente pode ser um espaço de diversidade, um espaço
de discussão de idéias, um local em que não haja intolerância em nenhum dos
lados, um lugar democrático. Então, por isso o PDT encaminha positivamente o
Projeto do Ver. Adeli Sell.
Discordamos
de alguns posicionamentos que foram colocados aqui, principalmente o do Ver.
Comassetto, porque a gente acredita que o Planeta avança, assim como avança a
cidade. O Planeta é melhor hoje do que foi há cinquenta anos; até por isso hoje
nós vivemos noventa anos, e os nossos ancestrais viviam até os quarenta, cinquenta anos.
É fundamental, então, que se tenha o espaço da diversidade resguardado pelo
Fórum Social Mundial. Eu recordo que o último evento, em Porto Alegre, do Fórum
Social Mundial foi na gestão Fogaça, auxiliado por V. Exª, ilustre Presidente,
se bem me lembro daquela época. Mas o episódio anterior do Fórum Social Mundial
foi marcado pela diversidade, e algumas coisas ecoaram lá e foram muito
importantes. Eu lembro que, naquela ocasião, a gestão pública do Município de
Porto Alegre, na área da Saúde, queria compelir os postos de saúde - e já fazia
propaganda na mídia nesse sentido - a atender a emergências, afirmando que já
estariam aptos a isso. Essa foi a situação que me levou a concorrer pela
primeira vez. Graças ao Fórum Social Mundial, graças aos sindicatos vinculados
à área da Saúde, isso foi abortado. Graças à Saúde de Porto Alegre, isso foi
abortado. Então, como espaço da diversidade, o PDT se une a esta Moção.
Quero contribuir com o Ver. Haroldo de Souza no que
se refere à questão da Vila Chocolatão. A questão da Chocolatão passa por duas
situações fundamentais. Ali se tem necessidade de uma mão-de-obra qualificada,
e nisso é prestigiosa a colaboração do Ver. DJ Cássia, de mão-de-obra
qualificada através de cursos profissionalizantes, através da bandeira do nosso
Partido, que é a educação. E também há a necessidade - pena que o Ver. Dr. Raul
não esteja aqui - do planejamento familiar, que começa esclarecendo as famílias
sobre a quantidade de filhos que elas podem ter, dando liberdade a elas de escolherem,
dando a possibilidade de acesso a toda uma gama de métodos que se tem na
Medicina para se prevenir a gravidez indesejada. E quão difícil é uma gravidez
indesejada, quão complicada é a questão da gravidez indesejada, talvez até mais
do que o incêndio da sua residência, porque daquele fato não se tem como voltar
atrás. Então, contribuindo com o Ver. Haroldo de Souza: é fundamental, quando
se fala em soluções de problemas sociais nesta Casa, que se aborde educação e
planejamento familiar, senão
vamos continuar naquela velha e antiga roleta, que a gente bem sabe à que
serve. Serve às bandeiras daqueles que só praticam assistencialismo, daqueles
que ganham em cima do assistencialismo, daqueles que sobrevivem em cima do
assistencialismo. Então, o PDT encaminha favoravelmente a Moção do nobre Ver.
Adeli Sell. Um abraço a todos!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Dr. Thiago Duarte.
O
Ver. Waldir Canal está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 017/09.
O
SR. WALDIR CANAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, esta Moção, de autoria do Ver. Adeli Sell, é de
suma importância, provocando a posição de todas as Bancadas. O PRB não pode
deixar passar em branco este momento. Nós avaliamos o Fórum Social Mundial de
maneira positiva, mas com alguns pontos que precisam melhorar, principalmente
por entendermos que o Fórum Social fica devendo no sentido de concretizar, de
efetivar suas discussões. Discute-se tudo, fala-se de tudo, mas pouco se
concretiza. Fica-se no campo filosófico, fica-se no campo das idéias, enquanto
as posições firmadas poderiam contribuir. Por exemplo, lá na Amazônia, onde o
Fórum Social foi realizado, temos um avanço terrível do desmatamento, uma
agressividade terrível em cima de um patrimônio da humanidade.
Então,
no sentido de colaborar, o PRB entende que é necessário o debate, que é
necessário trazer o Fórum Social para Porto Alegre, para colocar a Cidade em
evidência, para mostrar que somos receptivos e queremos discutir e contribuir
com as soluções dos problemas não apenas de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul,
mas do Brasil inteiro. O PRB parabeniza e encaminha a votação no sentido de
aprovar esta Moção do Ver. Adeli Sell. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação
nominal, por solicitação do Ver. Haroldo de Souza, o Requerimento nº 017/09.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 25 votos SIM e 02 votos NÃO. Encerrada a Ordem do Dia.
Passamos às
O Ver. João Pancinha está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO PANCINHA: Sr.
Presidente, Ver Toni Proença; Vereadores e Vereadoras, público das galerias,
nossos telespectadores do Canal 16, eu, em período de Comunicações, objetivava
falar sobre saneamento básico e, casualmente, no dia de hoje, recebi o
Relatório dos últimos quatro anos de gestão do DEP. Recebi quando estava vindo
para o plenário; V. Exas. também receberam este material, é o Relatório de
2005, 2006, 2007 e 2008 do Departamento de Esgotos Pluviais. São 175 páginas de
um material minuciosamente elaborado, com um conteúdo muito bom, que nos dá a
exata dimensão da preocupação com o saneamento básico que a Administração
passada e a atual tem. Nós temos aqui alguns comparativos dos últimos quatro
anos com os quatro anos anteriores. Nesta Administração tivemos, por exemplo, a
execução do Conduto Forçado Álvaro Chaves, a maior obra de drenagem dos últimos
anos em Porto Alegre.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pancinha, primeiramente,
quero agradecer o aparte e dizer que V. Exª também tem muito a ver com este
Relatório, pelo seu trabalho, pela sua competência e pelo seu profissionalismo.
O DEP é um órgão da Prefeitura com poucos recursos, mas faz um excelente
trabalho, na pessoa do seu Diretor, Ernesto Teixeira, e sua equipe. O Relatório
demonstra que, com poucos recursos, com seriedade e com competência, se faz
muita coisa. Parabenizo V. Exª, que tem muito a ver com este Relatório. Muito
obrigado.
O SR. JOÃO PANCINHA: Muito
Obrigado, Vereador, agradeço as suas palavras.
O DEP, quando iniciou a Administração, era um
Departamento quase fadado à extinção, pela sua absoluta falta de recursos, mas
com um quadro técnico funcional de primeira grandeza e com projetos executados ao
longo do tempo. E aqui nós temos o nobre Ver. Airto Ferronato, que foi Diretor
do DEP e que corrobora - já conversei com ele anteriormente - que realmente a
falta de recursos e de investimentos fez com que os projetos fossem avançando.
E a parte técnica do DEP é extraordinária.
Nós temos aqui um quadro comparativo, como eu
disse, dos quatro anos da gestão anterior com os quatro anos da gestão
antecessora. Nós temos 342% de aumento em reconstrução e implantação de redes;
207% de aumento em dragagens e desaçoriamento de arroios e valas; 114% de novas
redes; um aumento de 150% na capacidade de fabricação de pré-moldados do DEP;
um aumento de 696% na questão da educação ambiental, que pretende levar a
conscientização ambiental às escolas. Eu louvo e sugiro que os Vereadores leiam
com atenção o Relatório, porque ele realmente nos traz a dimensão exata da
preocupação com o saneamento básico desta Administração.
Quero saudar o convênio, através do Plano de
Aceleração do Crescimento, por parte do DEP, de 44 milhões de reais, feito na
sexta-feira passada, para drenagem e saneamento. Desse montante, seis milhões
de reais serão investidos como contrapartida pela Prefeitura Municipal e
atenderão, entre outras obras, a tão sonhada e esperada drenagem da área do
arroio Sarandi, redes de drenagem da Av. Panamericana, redes de drenagem da Av.
São Pedro, todas elas desejadas e ambicionadas há muitos anos pela comunidade
de Porto Alegre.
Então, eu saúdo o investimento em saneamento, Ver.
Dr. Raul, porque saneamento básico é Saúde Pública. Nós temos de lutar pelo
saneamento básico, e é um investimento que o Prefeito Fogaça, em seu Governo,
tem feito nos últimos quatro anos, e certamente, Ver. Airto Ferronato, ele
investirá ainda mais nos próximos quatro anos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver.
João Pancinha.
A Verª Juliana Brizola está com a palavra em
Comunicações.
A
SRA. JULIANA BRIZOLA: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e
demais pessoas que nos assistem, inicio a minha manifestação hoje nesta
tribuna, no período de Comunicações, falando um pouco sobre como entendo a
política de alianças.
Doutrinariamente,
uma aliança partidária é feita em cima de compromissos e idéias. Na dimensão dos
Partidos se busca - por seus programas, por seus valores, por sua história -
formar uma plataforma de Governo que contemple os principais valores
programáticos de cada Partido, na busca do bem comum e do progresso da Cidade.
A aliança é essencialmente uma negociação para se governar, sendo imperativa a
correspondência na igualdade entre os Partidos e seus membros. Cada Partido é
alicerce essencial na formação da aliança, significando que o rebaixamento ou a
submissão de algum deles ou de qualquer um de seus militantes se torna matéria
deletéria para sua sobrevivência. Aliança requer respeito a valores
político-partidários, uma vez que o desrespeito de quem detém o poder aos
compromissos de uma aliança de Governo ou aos valores programáticos de qualquer
Partido integrante da coalizão rompe definitivamente a aliança concertada. Não
há lugar para postura personalista. O responsável pela aliança, numa Casa
Parlamentar, deve sempre buscar a negociação e o consenso, nunca a imposição.
Na
história do nosso Partido, fizemos diversas alianças, por exemplo: com o PSP -
Partido Social Progressista -, de Adhemar de Barros, o Dr. Getúlio chegou ao
Governo em 1950 e, entre muitas coisas, criou a Petrobrás; em 1955, fizemos uma
aliança com o PSD, de Juscelino Kubitschek, tendo João Goulart como Vice, e o
período é reconhecido por sua fase desenvolvimentista; em 1958, Leonel Brizola
fez uma aliança com o PRP, Partido de Representação Popular, e o Rio Grande do
Sul conheceu a revolução na Educação do Estado e também os primeiros
assentamentos dos colonos sem-terra em Sarandi e no Banhado do Colégio. E mais:
a encampação das multinacionais Bond & Share e ITT a bem do serviço público
e da nossa soberania nacional.
Uma
aliança não pode significar mudança de postura ou abandono de posições. Não
pode nunca significar submissão, pois isso seria a configuração de uma traição
à ideologia do Partido. Pobre daquele que, de forma desavisada, se submete e se
esquece das bandeiras e dos compromissos de seu próprio Partido; pobre daquele
que baixa a cabeça e se compromete com ações e posições que seu Partido nunca
defendeu e que, pelo contrário, sempre combateu. Por mim, Juliana Brizola, que
fui eleita pela militância pedetista e por muitos brizolistas com o compromisso
primeiro de representar o PDT e suas bandeiras de luta, ninguém vai falar. Não
vão calar a minha voz, e, toda vez que for necessário, virei a esta tribuna
para manifestar as posições históricas do nosso Partido. Enganam-se aqueles
que, de forma desavisada, pensam que irei abandonar nossa história de lutas e
compromissos com o povo e com os movimentos sociais.
Nesse
sentido, quero reafirmar que serei parceira do Prefeito José Fogaça em tudo
aquilo que julgar benéfico a esta Cidade e que esteja de acordo com os
ensinamentos que tive, tanto pelo exemplo de meu avô, quanto na militância
partidária. Serei uma crítica ferrenha ao primeiro movimento político que possa
ferir as bandeiras e convicções que aprendi desde cedo. Reafirmo, portanto, meu
compromisso na busca de uma educação pública de qualidade para nossos jovens e
crianças, especialmente os mais humildes. Neste Governo ou em qualquer outro,
serei incansável na defesa da escola de turno integral nos moldes do CIEP,
porque, para nós brizolistas não há a menor possibilidade de termos uma nação
forte e desenvolvida sem que a população tenha acesso irrestrito a uma escola
pública de qualidade.
Então,
para que nós gaúchos possamos continuar a servir “de modelo a toda terra”,
precisamos sair do discurso e entrar na prática. Que tipo de educação nós
queremos para nossos jovens e crianças? A causa da educação pública é uma causa
de toda a sociedade. Não se trata mais de uma causa de Partido, de Governo, e
sim de uma causa de Estado.
Para
concluir, Ver. Toni Proença, de minha parte serei incansável na busca de uma
escola pública de qualidade, tanto nas escolas municipais, quanto nas
estaduais. E o modelo de escola pública que defendemos e acreditamos é o modelo
do CIEP. Não aceitaremos paliativos no que tange ao modelo educacional. Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.
(O
Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, a América Latina está, eu acredito, colocando para o mundo
uma situação perigosa com relação àqueles que aqui habitam. Na Venezuela,
Chávez, através de estratégias de pressão, acaba fazendo com que a população
venezuelana o perpetue no poder, e isso é muito ruim para a democracia. Aqui no
nosso País, apesar de termos uma Constituição que permite apenas uma reeleição,
temos determinadas estratégias que não devem ser reconhecidas como democráticas
ou como representantes daqueles que têm bons costumes em tratar as outras
pessoas como iguais. Senão, vejamos: a Ministra Dilma Rousseff, que é a ungida
pelo atual Presidente da República para ser candidata do seu Partido a uma
reeleição à Presidência da República daqui a dois anos, começa a fazer uma
campanha usando recursos públicos de forma totalmente desleal com os outros
concorrentes ao mesmo posto. A Ministra Dilma pega o dinheiro do tal de
Programa de Aceleração, o PAC, e usa esse dinheiro como se fosse dela ou do seu
Partido para fazer uma campanha, indo a todos os cantos deste País e já se
apresentando como candidata em 2010.
Se
isso não bastasse, também com dinheiro público, o Presidente da República reúne
Prefeitos de todos os cantos do País para apresentar a sua candidata à
Presidência da República em 2010 e para, através de favores, dizer a esses
Prefeitos, num recado muito direto, que, se eles quiserem alguma coisa do
Governo Federal, terão que compactuar com essa sua estratégia de usar o
dinheiro púbico em prol da candidatura de Dilma Rousseff. Agora, se isso não
bastasse, também lá no carnaval do Rio de Janeiro algumas pessoas irão usar a
máscara da Ministra Dilma, praticamente demonstrando apoio à sua campanha. E
até uma música começa a surgir, e acredito que também tenha esse mesmo efeito
de divulgar a Ministra, intitulada “A Perereca da Dilma”, começa a ser
cantarolada neste momento de pré-carnaval.
Acho
que não podemos, de forma nenhuma, aceitar essas manobras de utilização de
dinheiro público para construir uma candidatura. É tremendamente desonesto, é
desleal para com a democracia. A democracia brasileira, já bastante
enfraquecida, não merecia mais esse golpe. Presidente, Ver. Adeli Sell,
acredito que aquilo que está acontecendo na Venezuela se equipara muito a esses
atos ocorridos aqui no nosso País na utilização de dinheiro público para a
manutenção de uma mesma filosofia política.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu
vejo também com muita preocupação um movimento, especialmente do atual Governo
do Estado do Rio Grande do Sul, da Governadora, que tem uma relação de completa
truculência com os movimentos sociais, com a sociedade civil organizada.
Aqui,
na semana passada, eu já havia colocado a questão do aumento do índice da
violência no nosso Estado, especialmente na cidade de Porto Alegre, e
verificamos que as manchetes não param. Os jornais de sábado trouxeram
novamente o aumento do número de assassinatos no Estado do Rio Grande do Sul. E
aí eu vejo o Vereador que me antecedeu falar das obras do Governo Federal. E a
Governadora atual, preocupada com o alto índice de violência no nosso Estado,
poderia estar aplicando corretamente os recursos do Governo Federal, mas não o
faz. Nos jornais de ontem, verificamos novamente que o Estado do Rio Grande do
Sul, que tem um aporte de recursos como nunca teve na sua história, de repasses
do Governo Federal, não executa esses repasses para nada. Não há uma vontade
política sequer de apresentar os projetos para que eles saiam do papel.
E
a lista de promessas vai além da relação truculenta que a Governadora tem com
os movimentos sociais. Ela criminaliza os movimentos dos trabalhadores,
criminaliza o sindicatos dos professores, demais categorias, o sindicato dos
policiais civis nessa ação e nessa cruzada que tem feito de enfrentamento com
os movimentos sociais do nosso Estado. Além disso, ela não vai ao encontro
daqueles recursos, daquelas verbas que o Governo Federal traz para o Estado do
Rio Grande do Sul, não apresentando projetos, não os encaminhando, apenas
coloca a face, de fato, do Governo de uma inércia total. Isto está previsto,
como a questão da promessa de construções de presídios, que não passam de
presídios de papel. O recurso do Governo Federal está destinado ao Estado do
Rio Grande do Sul, e, pela inoperância da nossa Governadora, perde-se esse
recurso. Depois, a gente tem que ouvir aqui na tribuna: “Que bom que a Ministra
Dilma vem ao Estado do Rio Grande do Sul falar sobre o PAC, falar sobre as
obras”. Parece que a oposição ao Governo Federal não quer que este País ande.
Há
uma propaganda da sua Governadora, do PSDB, do déficit zero, ao custo de que é
essa propaganda? Uma mentira que envolveu o corte do custeio de serviços
essenciais. É isso que os sindicatos estão denunciando quando fazem uma
campanha abertamente à população. E como são tratados esses movimentos? Como
são tratados os Sindicatos dos Servidores do Estado do Rio Grande do Sul pela
atual Governadora, que não dialoga, que perde recursos? Essa é a gestão do PSDB
no Estado do Rio Grande do Sul.
E
eu tenho que ouvir aqui que a Ministra Dilma vem ao Estado com aporte de
recursos, inaugurando obras; tenho que ouvir que isso não é o mais correto para
a nossa Cidade, para o nosso Estado! Eu queria, Ver. Luiz Braz, que V. Exª me
respondesse: qual é o montante de recursos que veio para o Rio Grande do Sul na
época do Governo Federal de Fernando Henrique Cardoso?! Qual é o montante? Qual
é o montante, quando Olívio Dutra era o Governador deste Estado? Qual o repasse
de recursos que houve para o nosso Governo do Estado do Rio Grande do Sul, do
Governo Federal? Pois eu tenho aqui os dados dos investimentos do PAC para o
Estado. São 24,5 bilhões de reais, do Governo Federal, de reinvestimento para o
PAC - Programa de Aceleração do Crescimento. Obras de saneamento básico, obras
que muitas vezes são enterradas e que ninguém vê, mas que fazem muita
diferença. Fazem muita diferença na vida das pessoas porque elas estão ali
cuidando da Saúde Pública.
Portanto,
falar da Ministra Dilma, quando ela vem trazer recursos para o Estado do Rio
Grande do Sul, ora, vamos e venhamos...! Acho que falta à Governadora ter muito
mais iniciativa do que essa truculência que ela tem com o movimento social.
Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. MARIO MANFRO: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, eu quero, antes de mais nada, pedir escusas aos colegas
Vereadores porque, sendo esta a primeira vez que ocupo a tribuna, me sinto no
dever de agradecer, em primeiro lugar, a todas aquelas pessoas que, de uma
forma ou de outra, colaboraram para que eu estivesse aqui hoje. Eu sei que isso
é extemporâneo, porque já estamos em meados de fevereiro, mas, como é a
primeira vez que ocupo a tribuna, faço questão, por justiça, de agradecer a
todos.
Quero
agradecer à minha equipe, uma equipe totalmente amadora, amadora no sentido de
recursos; nós tivemos, para meu orgulho, o terceiro menor orçamento dentre os
candidatos eleitos. Isso me orgulha muito, isso mostra quanto vocês, que hoje
estão comigo, foram importantes, foram tenazes. Graças a vocês chegamos aonde
chegamos.
Quero
agradecer àqueles que, com seu voto, acreditaram no nosso trabalho. Com o tempo
nós vamos nos conhecer cada vez mais. E eu também sou favorável, mais do que a
projetos, mais do que à discussão, a resultados, a trabalho; eu acredito na
força, sem dúvida nenhuma, do trabalho.
Quero
agradecer também aos Vereadores mais experientes, aos Vereadores que me
receberam com tanta cordialidade - não posso deixar de agradecer -, alguns até
colocando servidores dos seus Gabinetes à minha disposição. Isso, confesso, foi
uma surpresa, uma surpresa agradável, que eu gostaria aqui de registrar. Quero
agradecer também ao Governo Municipal por ter me convidado para ser o
Vice-Líder do Governo na Câmara. Pena que o Ver. Valter não esteja presente;
gostaria de fazer este agradecimento pessoalmente a ele, mas deixo registrado.
Feitos
os agradecimentos, acho que duas palavras estão muito em voga hoje em Porto
Alegre: autoritarismo e truculência. Eu vou falar uma frase aqui e quero que
vocês digam se esta frase é democrática, ou é truculenta, ou é autoritária:
“PSOL exige: fora, Yeda!”. Não vejo democracia nisso, num Partido que diz que
respeita e faz ode a isto: o respeito à opinião popular, às manifestações
populares. Existe, Ver. Valter, alguma manifestação popular maior do que a do
dia da eleição? Eu acho que não. Eu acho que ali se manifestam todas as
correntes, e, querendo ou não querendo, a Governadora Yeda foi eleita pelo povo
gaúcho; ela ganhou a maioria dos votos. Então, o que quer dizer esta frase:
“PSol exige: fora, Yeda!”? Isso é agressividade, isso é autoritarismo.
Por
fim, gostaria aqui de me solidarizar com os aposentados deste País, cidadãos
que foram mais uma vez muito maltratados pelo Governo Lula. Não receberam nem a
metade daquilo que receberam os pagos pelo salário mínimo, um índice menor do
que eles esperavam e, certamente, do que mereceriam. Então, quero-me
solidarizar com todos os aposentados, que foram, mais uma vez, tão maltratados.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Obrigado, Ver. Mario Manfro.
O
Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em Comunicações.
O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Adeli Sell, Presidente dos
trabalhos; demais Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste, Ver. Adeli,
estou aqui para fazer uma colocação sobre duas manchetes de jornal. Uma faz um link
entre o Carrefour e zonas de morte, como se fosse o Iraque; e todos dizem
que os hipermercados, os grandes empreendimentos são os maiores geradores de
emprego. Tenho subido nesta tribuna sempre para dizer que não concordo e que os
pequenos empreendimentos, os supermercados de bairros, as lojas, o comércio de
bairro é que geram emprego. Então, a gente quer fazer um link.
O
Carrefour diz que gerou oitocentos empregos diretos; e um jornal de circulação
desta Cidade diz (Mostra jornal.): “Estatísticas indicam que viver no Rubem
Berta é quase tão perigoso como no Iraque, país devastado por uma guerra civil.
A taxa de assassinatos nesse Distrito da Região Metropolitana supera setenta
por cem mil habitantes, e, no território iraquiano, são oitenta e nove por cem
mil”. A Zona Norte é onde temos a maior concentração de hipermercados, só na Av.
Sertório, temos três grandes hipermercados: Bourbon/Sertório, Carrefour e o
Big/Sertório. Se esses empreendimentos geram tantos empregos, como não temos
empregos na Zona Norte, principalmente no bairro Rubem Berta? Comenta também o
jornal que podemos constatar que as estatísticas gaúchas de homicídio, por
exemplo, se têm mostrado maiores em locais com carência extrema de emprego. Se
esses grandes empreendimentos geram tantos empregos, por que temos carência de
emprego e o crime assolando essa região?
Também
podemos ler na mesma matéria que todo esse problema é causado por áreas
invadidas e povoadas por famílias de baixa renda e carentes de infra-estrutura
básica, que deveria ser fornecida pelo Estado. Aliás, o Estado tem raro efeito
nessas paragens; a autoridade, muitas vezes, emana da ponta de uma arma, e as
atividades de lazer são poucas. Do bairro Rubem Berta prolifera o conflito
entre quadrilhas de ladrões.
Pois
bem, o que estamos querendo colocar, Paulinho Ruben Berta - e o próprio nome já
diz, é da nossa região? Estamos aqui cobrando do Município e do Estado que
olhem mais para essa região da Cidade, porque não é possível numa região como a
nossa, onde temos tantos e grandes empreendimentos, haver tanta falta de
emprego.
O
Sr. Paulinho Ruben Berta: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ilustre Ver. Mauro Pinheiro,
concordo com V. Exª plenamente. A região Rubem Berta - e é assim que eu gosto
de denominar, porque existe uma grande confusão, até da imprensa de Porto
Alegre, que bota todos os problemas no bairro Rubem Berta... Os moradores do
Conjunto Residencial Rubem Berta hoje pagam um preço muito alto por ter o nome
Rubem Berta, porque um adolescente, um chefe de família que vai ao mercado de
trabalho, quando colocam o endereço lá - bairro Rubem Berta -, pagam pelo que
acontece na Vila Santa Rosa, no Parque dos Maias, enfim, em toda essa região.
Mas
eu gostaria que V. Exª acrescentasse no seu discurso também a participação do
Governo Federal. Talvez o programa que está sendo feito no Rio de Janeiro pelo
Governo Federal devesse acontecer também no Rubem Berta, talvez até na
Restinga. Muito obrigado.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Muito
obrigado, Paulinho.
Realmente
nós representantes - e muitos Vereadores nesta Legislatura representam a Região
Norte de Porto Alegre - temos que lutar aqui não por grandes empreendimentos,
mas por melhores condições de vida para esses cidadãos da Zona Norte: lazer,
cultura, esporte e geração de empregos; menos grandes empreendimentos e mais
pela economia local; trabalhar mais pelo nosso Bairro, fortalecendo a economia
local, onde, com certeza, geraremos muito mais empregos para nossa Região, tão
necessários para que consigamos ter uma vida melhor na Região Norte de Porto
Alegre, no Rubem Berta e arredores. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Vereador.
O
Ver. Waldir Canal está com a palavra para uma Comunicação de Líder. (Pausa.) O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder. (Pausa.)
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PEDRO RUAS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu registro que
estamos em Liderança - e não era nossa intenção a utilização deste tempo no dia
de hoje - para colocarmos um contraponto à fala do ilustre Ver. Mario Manfro, e
até vou fazê-lo mesmo na ausência do Vereador, o que não gosto que aconteça.
Como não tenho alternativa, tenho que fazer o registro.
O
Ver. Mario Manfro falou, em seu tempo de Comunicações, sobre o que seria a
campanha “Fora, Yeda!”, do PSOL, e, ao mesmo tempo, disse que era uma campanha
antidemocrática, sugerindo ser fora dos limites da própria legislação. Ora, é
importante esclarecer ao Ver. Mario Manfro que o PSOL tem, e de fato tem, uma
linha definida nacional e estadual, como em termos de Município também. E na
questão “Fora, Yeda!” está representado, no nosso entendimento, todo o problema
gravíssimo ocorrido no Detran - desvendado pela operação Rodin -, que se
constitui em um problema grave de corrupção no Estado, hoje sendo examinado em
nível judicial. Entendemos também que no “Fora, Yeda!” está compreendida essa
relação trágica que o Governo Yeda tem com os servidores estaduais, começando
no CPERS e indo para a Segurança Pública, indo para a Saúde. Entendemos também
que no “Fora, Yeda!” está compreendida a questão da eventual necessidade, entre
aspas, da compra de um avião de vinte milhões de reais, quando o Estado está
carente de questões básicas, relativas à Saúde e à Habitação, apenas para dar
um exemplo. Entendemos que no “Fora, Yeda!” está compreendido também todo uma
divergência ideológica profunda, uma divergência de prática política, de
respeito aos valores republicanos e de respeito ao conceito de coisa pública.
Mas
nós não fazemos, o PSOL não faz, Vereadores, Vereadoras - e me dirijo
particularmente ao Ver. Mario Manfro -, uma campanha clandestina ou ilegal. O
PSOL assina seus documentos e é o único Partido que tem um pedido em andamento
de impeachment, de impedimento, da Governadora Yeda Crusius na
Assembléia Legislativa por improbidade administrativa. E mais: o PSOL tem uma
representação feita no Ministério Público de Contas contra a Governadora Yeda
Crusius por irregularidades na compra do imóvel que serve para sua residência,
representação aceita no Ministério Público de Contas e encaminhada,
posteriormente, ao plenário. Arquivada no plenário, há recurso ali do Sr.
Procurador do Tribunal de Contas do Estado. Portanto, a nossa campanha não é
clandestina. A nossa campanha está nos limites legais, está de acordo com o que
prevê e permite a Constituição Federal, e nós temos todo o direito de opinião e
de ação político-partidária e assim a exercemos, ou as exercemos.
Por
isso, fica aqui, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o
nosso registro, o que significa - e isto foi questionado desta tribuna - essa
campanha, que assinamos, temos a responsabilidade e a dignidade de não nos
escondermos por trás de ninguém. E questionamos os militantes - e de que
Partido foram - que fizeram mudanças nos nossos cartazes, sendo até objeto de
registro na Polícia Civil. Feito esse registro, Sr. Presidente, eu agradeço a
atenção. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
meu querido amigo Ver. Pedro Ruas, V. Exª, independente do Partido em que
estiver, sempre será uma pessoa que merecerá todo o meu respeito e a minha
admiração, até porque conheço bem a sua trajetória, sei que V. Exª honrará
qualquer instituição a que pertencer. Mas, com toda a certeza, Ver. Pedro Ruas,
até pelos seus conhecimentos, V. Exª sabe que a Governadora Yeda Crusius
poderia merecer a descrença por parte da sociedade ou dos segmentos da
sociedade com relação, por exemplo, à compra da sua casa. Mas, averiguados os
problemas que foram apontados, o Ministério Público resolveu que eles não eram
verdadeiros; então, acredito que a Governadora, a partir desse momento, não
pode mais ser acusada, ela não deve explicações para a sociedade com relação à
sua casa.
Assim
também se dá com outras acusações feitas à Governadora; acredito que, enquanto
elas não estiverem devidamente embasadas, realmente a Governadora não pode
merecer, por nenhum segmento da sociedade, repúdio às suas ações. Politicamente
nós podemos, com toda a certeza - afinal de contas, isto é do jogo político -,
repudiar as ações, como é o caso, por exemplo, no campo da Educação, que eu
vejo bem apontado, quando se usa 25%, e a obrigação deveria ser de 35%. Há
vários campos que, politicamente, tanto o Governo Yeda como outros Governos
poderiam ser apontados como ineficazes. Não apenas este Governo, mas todos os
outros que passaram, porque nenhum Governo até agora, nos últimos tempos,
conseguiu resolver o problema da Educação. E eu concordo com V. Exª que,
enquanto não resolvermos o problema da Educação no País, não vamos endireitar a
nossa sociedade. A nossa sociedade só poderá ser uma sociedade melhor no momento
em que os governantes puderem dar uma atenção melhor à Educação.
Mas
isso infelizmente, Ver. Pedro Ruas, não acontece com o Governo Federal, que
acaba gastando mais dinheiro para fazer a reeleição ou a eleição da Dilma do
que praticamente com Educação. Isso não acontece aqui no Rio Grande do Sul, com
toda a certeza, porque é muito pouco o que se gasta com Educação, não acontece
praticamente em lugar nenhum, mas nós precisamos mudar isso. Não basta ficarmos
apenas criticando as pessoas que não fazem, precisamos fazer movimentos no
sentido de obrigar os governantes, em qualquer das esferas, a abrirem os olhos
e verem que na Educação está realmente a grande saída. Eu sei que no antigo
Partido de V. Exª, o PDT, essa era a bandeira maior, a bandeira da Educação.
Mas acho que essa não deve ser apenas uma bandeira do PDT, eu acho que não deve
haver egoísmo por parte dos companheiros do PDT de querer a bandeira só para
eles. Essa bandeira deve ser a bandeira de todos nós.
Não
podemos perder tempo com picuinhas, fazendo com que uma pessoa se torne a
grande responsável por tudo aquilo que está acontecendo de distúrbios em nossa
sociedade; nós temos é que somar forças para que os problemas que existem por
aí - e que eu acredito que estão concentrados na Educação - possam ser
resolvidos. Nós temos que fazer pressão para que os orçamentos sejam muito mais
generosos com a Educação, não apenas para que um segmento como o do Sindicato
dos Professores, que é um segmento muito político, seja contemplado com esses
recursos, mas sim para que uma reforma no campo da Educação possa viabilizar a
que tenhamos momentos melhores para a nossa sociedade, que todos os nossos
cidadãos e cidadãs possam realmente, de uma hora para outra, se sentirem mais
amparados, com conhecimento, com educação, com recursos federais bem
endereçados, para que a sociedade que todos nós queremos possa ser alcançada.
Nós não vamos alcançar isso acusando uns aos outros, não vamos alcançar isso
fazendo apenas com que alguém seja responsável por um crime que foi praticado
por muitos, porque, afinal de contas, as Administrações se sucederam e não
resolveram o problema principal da nossa sociedade, que é realmente o problema
da Educação.
Mas
eu me somo a V. Exª para, juntos, pressionarmos em direção a que mais recursos
possam ir para o campo da Educação, para que uma grande reforma possa ser feita
por uma sociedade melhor. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Ver. Luiz Braz, que falou pela Liderança do PSDB.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o tema proposto pelo
Líder do PSDB para o debate é extremamente pertinente, Ver. Luiz Braz - a
questão do Orçamento do Estado do Rio Grande do Sul e a questão da Educação no
nosso Estado. O que temos verificado - e aí não é picuinha, e aí não é ranço da
oposição, e aí não é estar aqui fazendo apenas denúncias - é constatação de
fato. Quando a Governadora anuncia o déficit zero, e fez isso com muita
propriedade numa publicização, inclusive na Estada do Mar, na freeway,
com outdoors enormes, dizendo que finalmente chegou ao déficit zero, ela
não diz, na realidade, na verdade, o custo que isso significou e significa para
o Estado do Rio Grande do Sul. Quando ela diz que há um déficit zero e vai
visitar outros Estados divulgando o assunto, ela não diz que isso foi graças ao
corte no custeio de serviços essenciais do nosso Estado, ela não diz que o
percentual da Educação, previsto na Constituição, no Orçamento do Estado do Rio
Grande do Sul, aprovado na Assembléia, não foi cumprido na Educação e muito
menos na Saúde. Os percentuais exigidos no Orçamento encaminhado à Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul não foram cumpridos. É desse custo
que se fala sobre essa grande propaganda do déficit zero.
E
aqui é importante colocar algumas questões. Um Governo que não dialoga com os
movimentos sociais, que não faz um diálogo com os sindicatos, que penaliza os
sindicatos antes mesmo de haver a publicização e a propaganda da campanha
instituída pelos movimentos sociais, é, sim, um Governo rançoso, Ver. Pujol;
este, sim, é um Governo autoritário, é um Governo que não prioriza a Educação,
como tão bem foi levantado aqui pelo Ver. Luiz Braz, que é do Partido da
Governadora. É um Governo que não prioriza a Saúde, que não prioriza o
funcionalismo público do Estado do Rio Grande do Sul, que não investe na
modernização, que não prioriza a Segurança. Nós vimos agora, nas matérias dos
jornais, o alto índice de violência em nosso Estado, índice crescente, assim
como vemos na cidade de Porto Alegre o bairro Rubem Berta se tornar o mais
violento do Estado do Rio Grande do Sul. Isso por falta de programas, de
incentivos, de iniciativas do Governo do Estado, é bem verdade; e do Governo da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, o que também é bem verdade, porque aqui
também há uma Secretaria de Segurança para tratar desse tema.
Quando nós vemos uma Polícia sucateada, quando
vemos um recorde de homicídios em 2008 e mais de um milhão e meio de inquéritos
parados, Ver. Pujol, por falta de recursos para o trabalho desses servidores,
constatamos que essa é a prioridade que a Governadora Yeda faz no seu Governo,
na área da Segurança Pública, assim como faz na Educação, na Saúde. É disso que
estamos falando. Quando vimos, aqui à tribuna, cobrar questões importantes do
Governo do Estado e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, nós o fazemos,
sim, não com a marca do ranço, da cartilha que já se esgotou; nós vimos com a
responsabilidade de ser oposição, na cidade de Porto Alegre e no Estado do Rio
Grande do Sul, a um Governo autoritário, a um Governo que criminaliza os
movimentos sociais, a um Governo que não dialoga com os professores, com os funcionários,
que não deixa haver manifestação dos estudantes na cidade de Porto Alegre.
Então, é disso do que estamos falando, senhoras e senhores.
E mais: quando o Governo fala em transparência,
muito bem! Cadê a Secretaria de Transparência? Quando foi criada - só para
lembrar -, ali na porta dos escândalos do Detran, foi nominada uma pessoa de
extrema competência, que era a Procuradora do Município de Porto Alegre, a Drª
Mercedes; ela foi chamada para cumprir a missão nessa Secretaria e, logo a
seguir, nem seis meses depois, teve que sair pela inoperância de um Governo que
não quis a transparência. É disso que estamos falando. Nós queremos, sim, falar
em transparência; nós queremos, sim, mais recursos para a Educação, para a
Saúde, para a Segurança Pública no Estado do Rio Grande do Sul e também no
Município de Porto Alegre. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª
Maria Celeste.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, eu gostei
imensamente do pronunciamento da Verª Maria Celeste, que, como de resto, é um
pronunciamento inteligente de uma competente Vereadora com assento nesta Casa e
que toca num assunto, Ver. Luiz Braz - V. Exª é do Partido da Governadora -,
que está na mídia. Aliás, hoje tem uma declaração do Líder do Governo na
Assembléia, dizendo que o CPERS e seus companheiros tiveram a competência de
criar um fato político extraordinário no Estado, gerando uma unidade que a
Governadora Yeda não foi capaz de gerar.
O
meu Partido sabidamente foi excluído do Governo do Estado desde antes da sua
constituição. Nós elegemos a Governadora Yeda, indicamos, por imposição dela, o
seu candidato a Vice-Governador, Paulo Feijó, e, antes do Governo constituído,
nós já estávamos fora. Então, eu não estou aqui com nenhum dever de
solidariedade ao Governo do Estado, nem de aplauso irrestrito às suas
atividades. Eu estou aqui, Verª Maria Celeste, exclusivamente em função do fato
do dia. Esse fato, e diz bem o Deputado Pedro Westphalen, Líder do Governo na
Assembléia Legislativa do Estado, gerou uma unidade que não se admitia que
pudesse ocorrer por todos os Partidos políticos que integram a base. E nós, que
fomos excluídos da base, num momento especial, estamos, publicamente, trazendo
a nossa solidariedade à Governadora Yeda Crusius nesse episódio.
Eu
quero dizer, honestamente, que não costumo fazer política com cegueira,
achando, Ver. Pedro Ruas - e V. Exª é um dos que melhor podem me compreender
nesta hora -, que as minhas posições sempre são as corretas e que as dos nossos
adversários nunca foram corretas. Não. Eu sou o mais liberal dos liberais,
porque não acredito em dogma nenhum, e, em política, não há certeza absoluta,
achando que só nós estamos certos e que os outros estão errados. A Governadora
Yeda deveria viajar mais, porque parece que ela até provocou essa ira do CPERS
e dos outros, que fizeram essa campanha malfeita, de mau gosto, de péssima
inspiração, que gerou para ela a maior solidariedade que ela
conseguiu nos mais de dois anos de Governo. E nós somos obrigados nesta hora,
Verª Maria Celeste, a esquecer mágoas, que com toda a razão poderíamos ter,
injustiças que contra nós foram feitas, equívocos que se processaram, porque
não houve equívoco maior do que essa infeliz campanha difamatória movida pelo
CPERS e seus associados. Casualmente, quando chego ao final desta Sessão, ouço
esse maravilhoso pronunciamento da Verª Maria Celeste, que me provoca esta
reação, respeitosa, é bem verdade. Sei que ela é uma Liderança de oposição
muito competente, muito ferrenha e evidentemente se posiciona de acordo com a
posição de seu Partido. Quero dizer que meu Partido pode até ter surpreendido o
Rio Grande nesta hora, diante da magnitude das ofensas, diante do tamanho das
injustiças e, sobretudo, dos equívocos estratégicos da campanha movida pelo
CPERS. Nesta hora estamos dizendo alto e bom som: “Governadora Yeda, nesta hora
podes contar conosco”. Nós nunca fomos de bajular Governo, soubemos ficar na
posição que nos foi determinada, mas não vamos ficar silenciosos diante de
tamanha injustiça. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver.
Pujol. Passamos à
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 6283/08 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 021/08, de autoria da
Verª Sofia Cavedon, que altera o § 2º do art. 36 da Lei Complementar nº 478, de
26 de setembro de 2002, que dispõe sobre o Departamento Municipal de
Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre, disciplina o
Regime Próprio de Previdência dos Servidores do Município de Porto Alegre e dá
outras providências, e alterações posteriores, estendendo aos especialistas em
educação, no exercício das atividades de direção de unidade escolar, de
coordenação e de assessoramento pedagógico, o benefício da redução da idade e
do tempo de contribuição para a aposentadoria.
PROC.
Nº 6655/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 273/08, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que altera a ementa e o art. 1º da Lei nº 10.403, de 9
de abril de 2008, que denomina Rua Dr. Frederico Lamachia Filho o logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua 42 - Loteamento Presidente Costa e Silva
-, localizado no Bairro Rubem Berta, alterando o nome desse logradouro e os
dizeres de suas placas denominativas.
PROC.
Nº 6787/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 278/08, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Donírio Juvenal Pereira o logradouro
público cadastrado, conhecido como Praça Um - Quadra G - 4ª U.V. Vila Nova
Restinga -, localizado no Bairro Restinga.
PROC.
Nº 0224/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 002/09, de autoria
doVer. Adeli Sell, que institui a Semana Municipal do Viaduto Otávio Rocha, a
ser realizada anualmente, na primeira semana do mês de dezembro, que passa a
integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre.
PROC.
Nº 0315/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Heitor Kramer o logradouro
parcialmente cadastrado, conhecido como Rua 6444, localizado no Bairro Guarujá.
PROC.
Nº 0413/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 004/09, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que denomina Rua Palmeira Real o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Rua 7168 - Loteamento Cooperativa Habitacional
Passo do Salso -, localizado no Bairro Restinga.
PROC.
Nº 0414/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 005/09, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que denomina Rua Canela Doce o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Rua 7167 - Loteamento Cooperativa Habitacional
Passo do Salso -, localizado no Bairro Restinga.
PROC.
Nº 0415/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 006/09, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que denomina Rua Álamo Branco o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Rua 7166 - Loteamento Cooperativa Habitacional
Passo do Salso -, localizado no Bairro Restinga.
PROC.
Nº 0416/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 007/09, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que denomina Rua Acácia Negra o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Rua 7165 - Loteamento Cooperativa Habitacional
Passo do Salso -, localizado no Bairro Restinga.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1550/08 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 012/08, de autoria do Ver. João Carlos
Nedel, que concede a Comenda Porto do Sol ao Monsenhor Máximo Benvegnú.
PROC.
Nº 1588/08 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 014/08, de autoria do Ver. João Carlos
Nedel, que concede a Comenda Porto do Sol ao Senhor Jeter Jorge Bertoletti.
PROC.
Nº 4202/08 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 036/08, de autoria do Ver. Beto Moesch,
que concede a Comenda Porto do Sol ao Núcleo Amigos da Terra/Brasil.
PROC.
Nº 5239/08 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 050/08, de autoria do Ver. Mauro Zacher,
que concede a Comenda Porto do Sol ao Senhor Silvio Luiz Belbute.
PROC.
Nº 0033/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 001/09, que autoriza o
Executivo Municipal a realizar Contrato de Comodato com a União dos Escoteiros
do Brasil – UEB, de área no interior do Parque Municipal Saint’Hilaire.
PROC.
Nº 0368/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 002/09, que declara de
utilidade pública a Fundação Fé e Alegria do Brasil – Sub Regional Rio Grande
do Sul.
PROC.
Nº 0369/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 003/09, que autoriza
permuta de imóvel na Rua Jary, bairro Passo d’Areia, bem como doação ao
Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB, para fins de habitação popular.
PROC.
Nº 0570/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 004/09, que autoriza o Município
de Porto Alegre a desafetar da destinação de uso comum do povo os equipamentos
urbanos e os logradouros públicos de que trata, para fins de regularização do
registro do loteamento Porto Seco.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.
Está encerrada a Pauta. Cumprimos rigorosamente os
trabalhos do dia de hoje. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h18min.)
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